As tendências da área de estética em 2024 seguem dando o que falar. Você já ouviu falar em harmonização de seios sem silicone? O procedimento viralizou após o perfil @irmazuleideoficial compartilhar uma foto mostrando o resultado do protocolo, que é feito em consultório e não tem pós-operatório, no Instagram.
A técnica é indolor e uma opção para mulheres não desejam se submeter a cirurgia plástica. “Harmonização de seios sem silicone vira tendência entre as famosas. Fariam?”, escreveu na legenda da publicação.
Segundo a conta @irmazuleideoficial, a harmonização é feita com bioestimulador ou ácido hialurônico. “Tem duração de um ano dependendo de cada pessoa. Tem que preencher /retocar depois, igual facial. Por serem produtos seguros e compatíveis com nosso corpo, com o tempo são absorvidos”, explicou aos seguidores.
Especialistas opinam sobre procedimento
A Ela conversou com Dr. Victor Bechara, especialista em longevidade e beleza natural, sobre o assunto. Segundo o dermatologista, a harmonização corporal tem sido muito comentada nos últimos anos e surgiu como uma alternativa para melhora do contorno corporal tão desejado por mulheres.
“No entanto, o uso de injetáveis em algumas áreas alarmam maior cuidado e atenção, sobretudo áreas como mama tanto feminina quanto masculina. Isso porque o uso de produtos injetáveis na região de mama pode alterar de forma definitiva a anatomia local e, inclusive, alterar e dificultar a interpretação de exames de imagens da área, que são fundamentais para o rastreamento de doenças tanto benignas quanto malignas da mama”, afirma.
“Produtos com bioestimuladores devem ser desestimulados de serem utilizados nesta localização, pois podem aparecer ao exame de imagem e serem confundidos com doenças, inclusive, câncer de mama”, acrescenta.
Dra. Maiéve Corralo, cirurgiã plástica membro titular da SBCP, também expõe a sua opinião. “As mamas ao contrário da face e dos glúteos são órgãos potencialmente contaminados, existem ductos lactíferos que as comunicam com o meio externo através dos mamilos; a introdução de um corpo estranho como ácido hialurônico, estimuladores de colágeno podem causar problemas sérios como mastite e abscesso mamário”, detalha.
“Antigamente atendíamos diversas mulheres com as mamas destruídas pela infiltração com o metacril (PMMA) e voltamos a atender pacientes com este tipo de preenchedor definitivo, realizados, na grande maioria por não médicos, que não tem ideia das complicações possíveis, e muito menos do tratamento. O aumento do volume mamário com gordura é muito mais seguro para aquelas que não desejam usar próteses de silicone”, observa.
“Os bioestimuladores de colágeno, quando aplicados na pele, por profissional que conhece a anatomia pode ser considerado mais seguro. Já o uso de ácido hialurônico para aumento de volume mamário deve ser visto com atenção, pelos maiores riscos de infecção e a opinião de um médico que conheça a anatomia deve sempre ser considerada antes de submeter um processo invasivo nas mamas, sem falar nos riscos de presença de câncer de mama, muito prevalente e que precisa ser descartado antes de qualquer procedimento nas mamas”, destaca.
Protocolo gera controvérsia na web
Nos comentários da publicações, os internautas se manifestaram sobre o método. “Os bioestimuladores funcionam perfeitamente. A recuperação é rápida e o índice de rejeição é quase nula. Esse procedimento vem chegando com bastante força no mercado”, afirmou uma. “Fiz e amei. Aliás, tirei o silicone, que me acusou mil inflamações. Me arrependi imensamente. Nunca mais quero essa bolsa tóxica no meu corpo”, relatou outra. “Melhor do que cirurgia. Com certeza faria”, disse uma terceira.
Houve também quem alertasse sobre as possíveis complicações. “Jamais façam qualquer tipo de procedimento em mama sem mamaografia e USG anteriormente. E só falam com mastologista e cirurgião plástico. Lembre-se que câncer de mama é o câncer que mais mata no Brasil”, alertou uma médica. “O comentário mais sensato”, afirmou um. “Necessária”, elogiou uma usuária.