Um casal dos Estados Unidos escolheu um sacerdote inusitado para sacramentar o seu casamento: a plataforma de inteligência artificial ChatGPT. Reece Wiench e Deyton Truitt se uniram em matrimônio eletrônico em junho deste ano, em uma igreja no estado do Colorado, e chamou a atenção por diversos detalhes.
Em primeiro lugar, o chatbot não foi apenas o condutor da cerimônia, mas sim o responsável pela organização de todos os passos: a ferramenta de inteligência artificial redigiu os convites de casamento e preparou o discurso que consagraria o matrimônio.
Por fim, para não dizer que somente o ChatGPT atuou na cerimônia, o pai da noiva, Steve Wyche, assinou a certidão de casamento. Motivo: o Estado do Colorado ainda não reconheceu o chatbot como um oficiante matrimonial.
Reece Wiench e Deyton Truitt começaram o seu relacionamento já sob as bênçãos da tecnologia. Eles se conheceram há dois anos por meio do Tinder, o famoso aplicativo de encontros amorosos. O namoro engrenou e eles resolveram se casar. Escolher o ChatGPT para planejar a cerimônia acabou sendo um passo natural para ambos.
Ao site Nation Word News, Truitt afirmou que resolveram se casar porque ele estava prestes a servir no exército e eles queriam sacramentar a união antes de ele partir para o serviço militar.
Nova tendência?
O sucesso da cerimônia deve fazer com que outros casais se animem a fazer o mesmo. Com o passar do tempo, o ChatGPT vem se destacando por realizar, com relativa eficácia, as atividades mais inusitadas possíveis.
“A ferramenta consegue responder, endereçar com um discurso que é crível e muitas vezes bem articulado. Importante ressaltar que tudo parte das premissas, do que os envolvidos esperam”, afirma o especialista em Tecnologia e Inovação, Arthur Igreja.
Ele comenta que o perfil do casal também ajudou no sucesso da empreitada. “Eles estavam buscando uma alternativa não ortodoxa, tecnológica. Tem todo um contexto bastante específico para esse uso.”
“As cerimônias de casamento, em sua grande maioria, seguem um padrão que facilmente conseguiria ser reproduzido por uma ferramenta como o ChatGPT”, pondera Gabriel Lira, Co-founder do ecossistema criativo Gruv. “Elas utilizam-se de informações e padrões já disponíveis no mundo para entregar as respostas desejadas”.
Dessa forma, o que pareceria ser apenas uma curiosidade pode, sim, se tornar uma nova tendência. “Teremos um número crescente de casos, o que não quer dizer que, necessariamente, tomará o espaço dos padres, dos ministros, dos pastores. Isso vai acabar atendendo uma parcela do público que já buscava alternativas diferentes”, afirma Igreja.
Lira acredita que a onda vai alcançar mais gente do que se imagina. “Todos nós, de certa forma, vamos nos acostumar com as IA’s nos próximos anos, assim como nos acostumamos a estar 100% conectados a internet, andar de Uber e tirar selfies”.
No entanto, ele faz uma ressalva. “O principal ponto (em uma cerimônia) seria as emoções particulares que uma pessoa conseguiria trazer ao momento, tornando-o único e verdadeiro para os fiéis, visto que esse é um ponto central dessas celebrações”.
Com informações da CNN.