O engenheiro civil Giuliano Conte está lutando na Justiça para ampliar o valor da indenização que recebeu após o animal de estimação dele, o cão american bully de 4 anos Weiser, ter falecido em um voo da Latam em 2021. De acordo com ele, o dinheiro não irá trazer o animal de volta, porém, é o mínimo que a companhia deve fazer depois de tanto sofrimento causado a ele e à esposa.
Giuliano conta que, na época, ele e a esposa, que estava grávida, voltavam para Aracaju, onde moravam, após passar um período em São Paulo. Como de costume, Weiser viajava em uma caixa que o cão já tinha familiaridade e era despachado no mesmo voo que eles. Porém, desta vez, foi diferente.
Chegando ao aeroporto, a companhia responsável pelo voo, a Latam, informou que ele teria que ir pela Latam Cargo, braço da empresa para o transporte aéreo de cargas, e em uma caixa diferente, feita de madeira (kennel). Obedecendo às normas, o casal embarcou Weiser e, ao chegar à capital sergipana, descobriu que o animal tinha morrido. Ao todo, o cachorro ficou quase quatro horas preso.
Segundo Giuliano, Weiser faleceu após ter roído parte da caixa em que estava e ter se asfixiado. Depois da morte do animal, a companhia chegou a interromper o transporte de pets por 30 dias.
Em outubro de 2023, a Latam foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização ao casal por danos morais pela 3ª Vara Cível de São Paulo, mas o engenheiro não acha que o valor seja justo em relação a todo o sofrimento que enfrentaram.
“A decisão em primeiro grau foi arbitrada pelo juiz nesse valor, só que a causa que nós estamos pleiteando é no valor de R$ 52 mil. Talvez não tenha levado em consideração a parte emocional, os danos que nós sofremos além do financeiro. Acho que isso nem repara, mas é o mínimo que eles poderiam fazer”, explicou Giuliano em entrevista ao Terra.
O casal ressalta ainda que insiste na causa para que as companhias aéreas revejam a forma que realizam o transporte animal. “É muito desumano. Todos os animais ficam em uma área que não tem refrigeração, ficam em uma área sem cuidado, sem atenção veterinária”, diz o engenheiro.
“Nós estamos lidando com vida, não estamos lidando com uma simples caixa ou uma simples encomenda. Então, acho que a gente espera e crê que um dia isso vai ser mais humanizado”, lamenta Giuliano.
O engenheiro conta que reviveu tudo que passou após saber do caso de Joca, que repercutiu na semana passada e é semelhante ao de Weiser. “Tudo o que aconteceu com o Joca na última semana nos fez reviver os sentimentos, a tristeza que nós passamos em 2021. Coisa que a gente esperava não passar mais, mas infelizmente continua acontecendo”, lamentou.
“É uma tristeza grande porque o Weiser não era só um animal de estimação, ele era nosso companheiro mesmo. Ele fazia parte da nossa rotina, ele era muito dócil, ele era muito amado, e a gente continuar vendo essas coisas com outros animais realmente dói”, conclui Giuliano.