As Forças de Defesa de Israel divulgaram um vídeo para afirmar que o país não foi o resposável pela explosão que atingiu o hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (17).
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas afirmou que centenas de pessoas morreram em um ataque ao hospital. O Hamas afirma que os israelenses foram responsáveis pela explosão.
Em uma entrevista coletiva pela internet, Daniel Hagari, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o foguete que atingiu o hospital, pela forma como explodiu, não poderia fazer parte do arsenal de Israel e que, no momento do ataque, não havia nenhuma operação militar israelense em curso com alvos naquela região.
As forças israelenses divulgaram imagens em que um ponto de luz — que seria um foguete da Jihad Islâmica — perde altitude repentinamente.
Antes de divulgar as imagens, as forças de Israel já haviam divulgado um comunicado no qual afirmam que hospitais não são alvos deles. Os israelenses afirmaram que a Jihad Islâmica foi quem atacou o hospital.
Veja abaixo a íntegra da nota das autoridades israelenses:
“A partir da análise dos sistemas operacionais das Forças de Defesa de Israel, foi lançada uma barragem de foguetes inimigos em direção a Israel que passou nas proximidades do hospital, quando este foi atingido. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a organização Jihad Islâmica Palestina (JIP) é responsável pelo lançamento fracassado que atingiu o hospital.”
O porta-voz da Jihad Islâmica nega que eles sejam os responsáveis pela explosão do hospital em Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que “terroristas selvagens atacaram o hospital em Gaza, e não as Forças de Defesa de Israel”.
Segundo o governo de Israel, desde o dia 7 de outubro, cerca de 450 foguetes que foram disparados a partir da Faixa de Gaza contra Israel caíram dentro do território palestino.
O que é a Jihad Islâmica
A Jihad Islâmica é um grupo terrorista ligado ao Hamas. A Jihad foi fundada na década de 1980, no Egito por estudantes universitários de Gaza. É considerado um grupo terrorista também pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel. Ao longo do tempo, assumiu ataques suicidas e terroristas e não reconhecem a existência do Estado Israelense. No ataque do dia 7 de outubro, uniu-se à ação do Hamas.
Número de mortos
O próprio Ministério da Saúde de Gaza deu informações divergentes sobre a quantidade de vítimas:
Inicialmente, o órgão publicou um comunicado afirmando que 200 pessoas morreram no bombardeio.
Em um segundo momento, o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qidra deu uma entrevista a uma TV e disse que o total de vítimas chegava a 500.
Já um porta-voz da Defesa Civil de Gaza afirmou que havia 300 mortos. O chefe do órgão disse que as equipes ficaram sobrecarregadas e não conseguiram atender adequadamente aos chamados de emergência.
Posteriormente, o Ministério da Saúde de Gaza informou, no Telegram, que havia centenas de pessoas mortas, e não 500.
Muhammad Abu Salima, diretor de um outro hospital na cidade de Gaza para o qual muitos dos feridos foram levados, afirmou ao “New York Times” que é difícil estimar a dimensão das explosões, mas que entre mortos e feridos há mais de 500 pessoas. Segundo ele, pedaços de corpos se misturaram no local.
Tanto o Ministério de Saúde quanto a Defesa Civil de Gaza são controlados pelo Hamas. Em um comunicado, o grupo terrorista citou centenas de vítimas sob os escombros. O hospital Ahli Arab, administrado pela Igreja Anglicana, abrigava muitos civis de Gaza que não tinham onde dormir. No sábado (14), o edifício já tinha sido atingido por foguetes.
De acordo com as Convenções de Genebra, ataques a hospitais são considerados crimes de guerra.
Autoridade Palestina decreta luto
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto pelo ataque ao hospital. Para a Autoridade Palestina, o ataque ao hospital foi um massacre.
A Autoridade Palestina é um grupo adversário do Hamas e não tem poder político na Faixa de Gaza.
Com informaçõeso do g1.