O Ministério Público de Tutela Coletiva de Macaé (MPRJ) deu prazo de 72 horas para a Secretaria Municipal de Saúde explicar que tipo de medida preventiva o governo adotou para prevenir a população contra a epidemia de dengue. O documento chegou à secretária no final da tarde de quinta-feira (14).
O MPRJ também quer saber que tipo de estratégia está sendo adotada para conter a crise na assistência à população.
A iniciativa do MPRJ atende um pedido de providências protocolado pelo médico e ex-prefeito da cidade, Dr. Aluízio Júnior, diante da grave situação que a saúde do município atravessa em função dos casos de dengue, covid-19 e gripe influenza.
Macaé já registra 1.500 casos suspeitos de dengue e 9 mortes. A situação é grave e a rede municipal de saúde demonstra desorganização no atendimento. No quesito saúde preventiva, vídeos mostram flagrantes de focos de dengue em unidades públicas de saúde, como no pátio da pediatria do HPM (Hospital Público Municipal).
Em entrevista ao programa Direto da Redação durante a semana, Dr. Aluízio alertou que a cidade está diante de uma “tempestade viral”, evidenciada por aumento nos casos de dengue, covid-19 e gripe influenza paralelamente.
Ele alerta para os casos de coinfecção, quando o paciente ao mesmo tempo tem diagnóstico de dengue e covid-19, ou uma dessas duas doenças e gripe influenza ao mesmo tempo, a situação pode ser ainda mais grave e levar a óbito.
O médico lembra que recentemente atendeu um paciente que morreu aos 41 anos por causa do agravamento da dengue.
Dr. Aluízio salienta que a rede de atendimento aos pacientes está desorganizada, quando o cenário tende a se agravar.
A secretaria de Saúde desmobilizou o centro de referência do Posto de Saúde Dr. Jorge Caldas, na Praça Washington Luiz, na área central. O atendimento referencial foi transferido para a unidade a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra.
O local é considerado distante da maior parte dos bairros de Macaé, o que dificulta o acesso de pacientes para exames.
“É hora de evitar que as pessoas morram por causa da dengue. Não decretar epidemia na cidade é uma negligência, porque o decreto permitiria adotar iniciativas que podem salvar vidas. É preciso reorganizar a rede de atendimento”, disse.