Com base em reportagem investigativa de dados, a agência de checagem Fonte Exclusiva desvendou um erro gravíssimo do jornal Folha da Manhã, em sua versão online, na cidade de Campos (RJ).
O matutino com mais de quatro décadas de atuação e que suspendeu sua circulação impressa recentemente, permitiu a quebra do sigilo de uma fonte de informação, ao publicar um documento com o CPF do informante.
A fonte de informação neste caso, é o promotor do Ministério Público Estadual (MPE-RJ) Leandro Manhães, que ao ter acesso com seu documento e senha aos dados do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à redação o arquivo em PDF com resultado de recurso negado ao ex-governador Anthony Garotinho.
O objetivo claro era promover notícias contrárias ao ex-governador. Tanto foi assim, que o documento virou notícia no site do jornal na mesma noite em que foi enviado pelo consulente na quarta-feira (15).
O promotor e Garotinho são desafetos. Manhães é responsável pela propositura de uma série de ações contra o ex-governador e sua esposa, a também ex-governadora Rosinha Garotinho.
O documento enviado tratava-se de um recurso julgado pelo ministro Gilmar Mendes no STF. Era referente a uma ação transitada em julgado no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, tendo como autor um juiz Federal que acusava o ex-governador por crime de calúnia. Garotinho tentava obter um Habeas Corpus suspendendo a ação.
O arquivo em formato PDF enviado por Manhães continha o resultado do julgamento e até aquele momento era uma notícia exclusiva para o jornal.
A relação direta entre o promotor e um veículo de comunicação fere o princípio da impessoalidade e afronta as últimas normas do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Por meio de um texto publicado pelo seu diretor de redação, Aluyzio Abreu Barbosa, também conhecido como Aluysinho Barbosa, a Folha demonstrou sentir o golpe.
Em postagem neste domingo (19), reproduzida por meio de um link no Portal VIU!, Aluysinho diz que a reportagem de Fonte Exclusiva “é Fake news”, mas não nega a veracidade dos documentos e links publicados pela agência de checagem.
Por outro lado, o site da Folha retirou a versão do documento que continha as digitais do informante. Em seguida, foi publicada uma versão com a marca d´água apagada e sem o número do CPF e senha.
Só que a Fonte Exclusiva teve o cuidado de arquivar em sua base da dados em nuvem todo o material antes da atualização e depois. Portanto, a reação do diretor da Folha é o tipo da emenda que sai pior do que o soneto.
O texto contra a Fonte Exclusiva é de uma virulência e torpeza que impressiona, principalmente por atingir profissionais de forma indireta, sem citar nomes, para evitar processos por danos morais.
A reação, no entanto, só reforça as denúncias que estão fundamentadas em material comprobatório e incontestável.
A Folha cometeu um erro imperdoável no jornalismo: permitiu a identificação de uma fonte de informação, que poderá enfrentar sérios problemas em sua carreira profissional. O promotor atualmente não atua mais em Campos. Estaria atualmente na cidade de Rio das Ostras (RJ).