Pré-candidato à reeleição para tentar mais um mandato na Câmara de Vereadores de Campos, o médico Abdu Neme (PL) não dá bola para denúncias de abuso do poder político e abuso do poder econômico.
Os ônibus da empresa São Salvador, com o brasão da Prefeitura de Campos estampado na lateral, estão transportando seus cabos eleitorais para as suas reuniões.
Não custa lembrar que a população de Campos não tem transporte coletivo regular. Portanto, falta ônibus para população, mas não falta para cabos eleitorais da máquina administrativa.
Tem mais: a frota de ônibus da Auto Viação São Salvador foi financiada com recursos do Fundecam (Fundo de Desenvolvimento de Campos) e a dívida nunca foi paga. Portanto, os coletivos, em tese, são de propriedade do município.
O vereador Abdu Neme foi secretário de Saúde do governo Rafael Diniz e atualmente é ponta de lança do prefeito Wladimir Garotinho na Câmara de Vereadores.
O caso Chequinho
O município de Campos dos Goytacazes já foi alvo de uma grande Operação da Polícia Federal na eleição de 2016. Na ocasião, o governo da então prefeita Rosinha Garotinho, mãe do atual prefeito Wladimir Garotinho, foi denunciado por usar o programa Cheque Cidadão para compra de votos.
Vários integrantes do governo, que atualmente estão no entorno do atual prefeito, chegaram a ser presos e posteriormente foram obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas. O período também foi conturbado, com ataques do grupo político da família Garotinho aos juízes e promotores que atuaram no processo.
Por conta da Operação Chequinho, o ex-governador Anthony Garotinho, pai de Wladimir, foi condenado a mais de 13 anos de prisão, com sentença confirmada recentemente pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).