Em Campos dos Goytacazes (RJ), harmonia entre políticos locais é igual a pacificação entre as tribos Goytacá e Guarulhos, que habitavam esta planície do Norte Fluminense no período da colonização. Ou seja, a calmaria dura até a próxima guerra.
Na quarta-feira (15), a cidade vai saber se a comparação é mito ou fato.
O presidente da Câmara de Vereadores, Marquinho Bacellar (Solidariedade), vai colocar em pauta a votação das contas da ex-prefeita Rosinha Garotinho, mãe do prefeito Wladimir Garotinho e esposa do ex-governador Anthony Garotinho.
As contas foram reprovadas na legislatura passada, quando a maioria dos parlamentares seguiram orientação do parecer técnico do (TCE-RJ). A primeira votação dos vereadores, no entanto, foi anulada no primeiro biênio da atual legislatura. Na época, um arranjo do então presidente Fábio Ribeiro, também conhecido por “Senhor Encrenca”.
Agora as contas voltam a ser submetidas a uma nova prova de fogo. Para a aprovação, são necessários 17 votos favoráveis dos 25 vereadores.
Ainda não há segurança absoluta sobre apoio para aprovação. Sendo assim, não serão apenas as contas que estão sob o peso do escrutínio parlamentar. O resultado vai mostrar também se a pacificação entre o núcleo das famílias Bacellar e Garotinho é realmente para valer ou obra de ficção palaciana.
O presidente da Câmara, Marquinho Bacellar, é filho do ex-vereador Marcos Bacellar. Nos últimos dias, ele ficou recolhido em quarto escuro, em jejum intermitente, feito um eremita. Segundo pessoas muito próximas, saiu com cara de poucos amigos.