O aumento da Selic tem preocupado diferentes setores da economia. O campo do crédito é um deles, uma vez que a mudança impacta diretamente dos juros pagos pelo consumidor.
De acordo com o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, pagar taxas anuais de 12% num financiamento imobiliário, no atual cenário, “é praticamente inviável”.
Em entrevista ao IG, Lazari afirmou que no ano passado, os empréstimos do crédito imobiliário no banco estavam entre R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões ao mês. Já em 2022, estão girando cerca de R$ 1,5 bilhão.
“Juros tão elevados reduzem a originação de crédito. Num financiamento de 20 ou 30 anos, como é o crédito imobiliário, pagar taxas de 10%, 11% ou até 12% é praticamente inviável. Não se mantém de pé”, afirmou.
É por isso que o Bradesco e alguns outros bancos não incentivam clientes a adotarem as linhas de crédito imobiliário atreladas ao IPCA, índice oficial de inflação, ao invés das linhas tradicionais.
Há pelo menos 3 anos as instituições financeiras lançaram modalidades com taxas de 3% a 5% ao ano. As organizações dizem que elas seriam entre 30% e 40% mais baixas.
Contudo, com a escalada de preços da inflação, o IPCA está acumulado em 11,3%. Isso significa que os juros ficam mais altos e os consumidores pagam valores maiores para quitar a dívida, colocando as pessoas em risco de endividamento, inadimplência ou de desistência de financiar um imóvel.