Depois que publicou mensagem de Whatsapp do presidente Jair Bolsonaro compartilhando um vídeo convocando manifestantes para uma manifestação contra o Congresso e o STF no dia 15 de março, a jornalista Vera Magalhães passou a ser hostilizada por militantes de extrema-direita nas redes sociais, informa reportagem de O Globo.
Os ataques incluem dados sobre a vida particular. Entre os autores de ataques está o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
O compartilhamento das mensagens por parte de Bolsonaro foi revelado pela jornalista nesta terça-feira (25), no site do jornal Estado de São Paulo e gerou uma forte reação de deputados, senadores e ministros do Supremo Tribunal Federal.
Na manhã desta quarta-feira (26), a jornalista publicou uma declaração de Bolsonaro em 2018 falando sobre o eventual fechamento do Congresso:
“Se caísse uma bomba H no Parlamento, pode ter certeza, haveria festa no Brasil”, destaca a jornalista no blog BRPolítico.
Vera Magalhães também é apresentadora do programa Roda Viva, na TV Cultura.
O filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) reagiu, apontando o que considera um abismo entre a “bolha” em que vive a jornalista e a “população em geral”:
“Se houvesse uma bomba H no Congresso você realmente acha que o povo choraria? Ou você faz isso para criar um atrito entre o Presidente e o Congresso?”.
Vera Magalhães respondeu que jogar uma bomba no Congresso seria um “ato terrorista” e que, “se o povo não se preocupar com isso, a democracia acabará”.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou uma nota na tarde desta quarta-feira (26) afirmando que Vera Magalhães foi vítima de doxxing (exposição de dados pessoais) e da criação de um perfil falso em uma rede social.
“Quem criar perfil falso em rede social pode ser responsabilizado civil e criminalmente. Na esfera cível, responde por danos morais e na criminal, por falsidade ideológica”, informa a nota.