Objeto espacial misterioso emite ondas de rádio a cada 18 minutos

Enquanto mapeavam ondas de rádio do espaço, astrônomos encontraram um objeto celeste liberando rajadas enormes de energia – e ele não se parece com nada que já viram antes.

O objeto espacial giratório, avistado em março de 2018, liberava radiação a três vezes a cada hora. Nesses momentos, se tornava a fonte mais brilhante de ondas de rádio visível da Terra, atuando como um farol celestial

Astrônomos acreditam na possibilidade de que sejam restos de uma estrela que colapsou, ou uma estrela de nêutros densa, uma estrela branca anã morta com um campo magnético forte – ou pode ser algo completamente diferente.

Uma pesquisa sobre a descoberta foi publicada na quarta-feira (26) na revista científica Nature.

“O objeto estava aparecendo e desaparecendo por algumas horas durante nossas observações”, disse a autora líder do estudo, Natasha Hurley-Walker, astrofísica do ramo da Universidade Curtin do Centro Internacional para Pesquisa em Radioastronomia, em nota.

“[Encontrar o fenômeno] foi completamente inesperado. Foi um pouco assustador para uma astrônoma, porque não há nada conhecido no espaço que faça isso [iluminar-se tanto e emitir ondas de rádio com tanta frequência]. E está relativamente próximo de nós, a cerca de 4 mil anos-luz. Está em nosso quintal galático”.

O doutorando da Universidade Curtin Tyrone O’Doherty fez a descoberta inesperada enquanto usava o telescópio Murchison Widefield Array (MWA) no interior da Austrália.

“É animador que a fonte que eu identifiquei tornou-se um objeto tão peculiar”, disse O’Doherty em um comunicado.

“O campo de visão amplo e a extrema sensibilidade do telescópio MWA são perfeitos para supervisionar o céu inteiro e detectar o inesperado”.

Os restos mortais de uma grande estrela

Objetos espaciais reluzentes que aparentam ligar e desligar são conhecidos como transientes.

“Quando estudamos fenômenos transientes, estamos vendo a morte de uma enorme estrela e a atividade dos remanescentes que ela deixa para trás”, disse a coautora do estudo Gemma Anderson, astrofísica do ICRAR-Curtin. “Transientes lentos – como supernovas – podem aparecer durante alguns dias e sumir por meses. ‘Transientes rápidos’ – como um tipo de estrela de nêutrons chamado ‘pulsar’ – acendem e apagam em milissegundos ou segundos.”

Sair da versão mobile