Exoesqueleto robótico usado por Mara Gabrilli chega ao SUS em SP para pacientes com paraplegia

Equipamento, que auxilia a reabilitação, viralizou no último mês quando a senadora viajou aos Estados Unidos para testar a inovação

O exoesqueleto robótico que fez a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), tetraplégica há quase 30 anos, andar novamente durante visita aos Estados Unidos vai ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), em São Paulo. Cada equipamento custa por volta de US$ 176 mil (R$ 871,5 mil reais) no exterior.

Na última semana, o governo paulista, por meio da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, anunciou um acordo de cooperação com a empresa francesa Wandercraft para a realização de estudos e avaliações do equipamento em pacientes com paraplegia, doença de Parkinson ou em processo de reabilitação após um acidente vascular cerebral (AVC) no estado.

O aparelho, que atua como um suporte para pessoas com algum tipo de paralisia ficarem em pé e realizarem movimentos multidirecionais, repercutiu no final de abril. Na época, Mara Gabrilli esteve em Nova York, nos EUA, com a coordenadora da rede Lucy Montoro e professora da Universidade de São Paulo (USP), Linamara Battistela, para testar o equipamento, chamado de Atalante, à convite da empresa.

A parlamentar compartilhou no Instagram um vídeo que mostrava o momento em que testou o exoesqueleto, o que chamou a atenção nas redes. “Não sou a mesma depois de testar esse equipamento! (…) Nosso objetivo é concretizar uma parceria para o compartilhamento dessa tecnologia no Brasil”, escreveu a senadora.

Pouco menos de um mês depois, no último dia 22, o governo de São Paulo anunciou a parceria da rede Lucy Montoro com a francesa Wandercraft e o Centro Paralímpico Brasileiro para pesquisa científica e tecnológica com os exoesqueletos.

— São pesquisas e iniciativas que vão trazer a qualidade de vida de volta para muitas pessoas. Imagine, a pessoa vai vir para cá para ter a experiência de caminhar novamente. Ela estará trabalhando o corpo que vai começar a funcionar melhor, trabalhando o cérebro e a autoestima. Ela vai sair daqui uma pessoa diferente, em um ambiente onde ela está sendo acolhida. E isso não tem preço — afirmou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na celebração de 15 anos da rede Lucy Montoro, quando anunciou o acordo.

No evento, o mandatário disse ainda que o estado “vai investir o que for preciso para trazer essa experiência para mais pessoas”. De acordo com informações do Uol, dois aparelhos foram adquiridos no valor de U$ 200 mil cada (R$ 990,4 mil reais) pelo governo. O objetivo é que a parceria, ao menos nesse início, seja destinada a pacientes com lesão medular, Parkinson e AVC.

“Essa busca de devolver a condição de marcha para pessoas com lesões medulares, com AVC, com Parkinson, com paralisia cerebral é muito antiga. E agora esses equipamentos vêm surgindo como alternativa”, explica Linamara no comunicado.

A rede também deve trocar informações com a empresa francesa para aprimorar o uso do equipamento robótico, que começou a ser comercializado em 2019. Além disso, com o Centro Paralímpico Brasileiro, o Atalante será utilizado para pesquisa em atletas, de modo a melhorar os métodos de treinamento e performance.

Opção mais avançada

A rede Lucy Montoro já contava com um robô para auxiliar na reabilitação, o Lokomat, da empresa suíça Hocoma. No entanto, ele é fixo, e o paciente apenas visualiza os movimentos por meio de um monitor que simula a caminhada quando ele mexe as pernas.

Já o novo é uma tecnologia que a pessoa “veste” e consegue de fato andar com ela. “Programado de acordo com os objetivos do paciente, o robô pode se inclinar, sentar e levantar, andar de frente, de costas e de lado, além de subir degraus”, explica o comunicado do governo paulista.

“Vai servir para fazer o treinamento em casa, mas também para fazer atividades de vida diária. O fato de conseguir levantar, pegar um utensílio no armário de cima, ou levantar e se deslocar até o banheiro, ir até a cozinha para preparar uma refeição, terá um impacto enorme na independência. O horizonte é esse. Mas, neste momento, a gente está trabalhando com o exoesqueleto pensando no treinamento, na garantia da qualidade de vida”, afirma.

Com informações do Jornal O GLOBO.

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