Boeing quer construir seu próximo avião no metaverso

Edifício de montagem da Boeing em North Charleston, Carolina do Sul (EUA) 31/03/2017 REUTERS/Randall Hill

Na fábrica da Boeing do futuro, projetos de engenharia 3D imersivos serão geminados com robôs que se comunicam, enquanto mecânicos ao redor do mundo serão vinculados por fones de ouvido HoloLens fabricados pela Microsoft.

De acordo com a Reuters, essa é a nova estratégia ambiciosa da Boeing para unificar as amplas operações de design, produção e serviços aéreos em um único ecossistema digital, tudo isso em apenas dois anos.

A fabricante de aviões está entrando em 2022 lutando para reafirmar seu domínio da engenharia após a crise do 737 MAX, enquanto estabelece as bases para um futuro programa de aeronaves na próxima década, uma aposta de US$ 15 bilhões, segundo a Reuters.

Essa reestruturação também visa prevenir futuros problemas de fabricação, como as falhas estruturais que cercaram seu modelo 787 Dreamliner no ano passado.

Empresa norte-americana se prepara para entrada no “metaverso”

Após anos de forte competição de mercado, a necessidade de entregar pedidos volumosos abriu uma nova frente na guerra da Boeing com a europeia Airbus, desta vez no chão de fábrica. A abordagem da Boeing até agora tem sido marcada por avanços incrementais em programas ou ferramentas específicas a jato, em vez de uma revisão sistêmica.

Os críticos dizem que a Boeing fez repetidamente promessas ousadas semelhantes em uma revolução digital, com resultados mistos. Mas fontes internas ouvidas pela Reuters dizem que as metas globais de melhorar a qualidade e a segurança assumiram maior urgência e importância à medida que a empresa enfrenta várias ameaças.

Como o metaverso, um espaço digital compartilhado, muitas vezes usando realidade virtual ou realidade aumentada e acessível através da internet, funciona na aviação?

Assim como a Airbus, a busca da Boeing para sua próxima nova aeronave é de construir e conectar réplicas virtuais tridimensionais, os “gêmeos digitais”, do jato, e o sistema de produção capaz de executar simulações.

Os modelos digitais são apoiados por uma “linha digital” que une todas as informações sobre a aeronave desde seu nascimento, que vão desde os requisitos da companhia aérea, a milhões de peças, a milhares de páginas de documentos de certificação, estendendo-se profundamente na cadeia de suprimentos.

Isso se deve ao fato de que “mais de 70% dos problemas de qualidade remontam a algum tipo de problema de design”, segundo o engenheiro-chefe Greg Hyslop à Reuters. A Boeing acredita que essas ferramentas serão essenciais para trazer uma nova aeronave do início ao mercado em apenas quatro ou cinco anos.

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