Agricultores paranaenses usam drones para pulverização e fertilização das plantações

De acordo com especialista, a principal vantagem é que o drone não amassa as plantas, enquanto as rodas do trator podem causar perdas de 3,5% a 15% da lavoura

O avanço da tecnologia tem multiplicado as possibilidades na lavoura. Uma pesquisa realizada por uma empresa dos Estados Unidos constatou que mais da metade dos setecentos agricultores ouvidos em quarenta países pretende investir em drones esse ano.

Até 2020, os drones usados no campo eram os que sobrevoam as lavouras fazendo imagens para mapeamento e coleta de dados para ajudar o agricultor no planejamento. Hoje, com a evolução dos equipamentos, eles já são usados para pulverização e fertilização das lavouras, captação de amostras de solo, entre outras atividades.

O engenheiro ambiental Jhonatan Gnoatto apostou no crescimento dessa demanda e abriu uma empresa em Itapejara d’Oeste que vende drones agrícolas e presta serviços de pulverização para os agricultores.

De acordo com Gnoatto, a principal vantagem é que o drone não amassa as plantas, enquanto as rodas do trator podem causar perdas de 3,5% a 15% da lavoura.

“Se você for comparar a perda por amassamento, a compactação do solo, o diesel hoje que está subindo, está caro. Você consegue entrar em torno de quatro a cinco vezes com aplicação com o drone só com as perdas por amassamento. Então hoje ele gira em torno de R$ 130 a R$ 150 o hectare de área aplicada. Você paga isso praticamente com os custos que você teve com o amassamento, diesel, depreciação do equipamento”, compara o engenheiro.

O consultor técnico e agricultor de Sulina, Ediam Giacomini, usou o drone na lavoura pela primeira vez e conta que ficou impressionado com a agilidade. De acordo com ele, em menos de dez minutos o drone aplicou os defensivos em mais de dois hectares de trigo.

“Vamos continuar contratando e além da contratação já surgiu a ideia da aquisição de um drone também”, conta.

Legislação

Drone agrícola — Foto: Reprodução/RPC

A legislação brasileira, que ainda passa por mudanças, exige uma formação para quem pilota os drones agrícolas. A fiscalização é feita por vários órgãos, inclusive a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Entre as exigências estão ser maior de 18 anos, passar por um curso e um teste de piloto de drone agrícola. Também é necessário ser aprovado pelo Curso para Aplicação Aeroagrícola Remota – que é oferecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Qualidade da aplicação

A maior cooperativa agrícola da região sudoeste do estado comprou há seis meses um drone para prestar serviço aos cooperados. Antes de adquirir, eles testaram o aparelho lado a lado com equipamentos tradicionais.

“Para testar não somente a aplicação, mas a qualidade da aplicação, e evidenciamos em todos os testes que ele é igual ou superior aos equipamentos tradicionais utilizados”, diz Paulo Roberto Fachin, diretor da cooperativa.

A ideia da cooperativa é usar o drone em situações específicas. Por exemplo, quando chove e o agricultor tem de aplicar com os produtos, mas a terra está molhada. No caso do drone, não precisa esperar secar.

Apesar das muitas vantagens, Fachin recomenda cautela aos agricultores.

“É novo e ainda tem muito a ser regulamentado. É um equipamento de um certo valor agregado, então não são pra todas as propriedades que vai dar viabilidade econômica. E os produtores já possuem em suas propriedades os tratores, os pulverizadores, equipamentos tradicionais, então eles não vão simplesmente trocar os equipamentos em um primeiro momento. É mais uma ferramenta adicional, mas com certeza vai crescer cada vez mais na medida que o produtor vai conhecendo os benefícios”, afirma o diretor.

As informações são do g1.

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