Superdotado, menino aprendeu a ler antes dos 2 anos e ‘sofreu’ na escola por suas altas habilidades

Lorenzo Botelho foi diagnosticado com superdotação aos 4 anos de idade, quando aprendeu a escrever

 

Lorenzo Botelho, de 8 anos, é considerado um menino superdotado. Ele começou a ler com 1 ano e 9 meses de idade e possui altas habilidades. Morador de Santos, no litoral de São Paulo, Lorenzo é um dos participantes do quadro Pequenos Gênios, do programa Domingão com Huck.

A mãe de Lorenzo, a psicóloga Mariana Botelho, de 36 anos, relatou que os indicativos de que ele poderia ter altas habilidades começaram cedo. Porém, ela conta que acreditou que seria o desenvolvimento normal do menino, pois o Lorenzo era muito estimulado em casa e ela sempre lia livros para ele.

Lorenzo começou a ler com 1 ano e 9 meses e, aos 4 anos, começou a escrever. Com isso, a família foi buscar uma avaliação com um neuropsicólogo. O profissional comprovou a superdotação do menino.

A mãe explicou que decidiu procurar por um especialista depois que percebeu que o filho ‘perdeu o brilho’ porque a escola o proibia de escrever. Cerca de dois anos após o diagnóstico, Mariana percebeu mais uma ‘dificuldade’ vivida por ele na escola, que se intensificou na pandemia, com as aulas online. Segundo ela, Lorenzo não era estimulado cognitivamente e ficava entediado durante as aulas.

“Decidi procurar a escola e ver a possibilidade de acelerar ele de série. Foi um processo que durou um ano. Agora, ele foi acelerado, passou do 2º para o 4º ano”, disse a mãe. Mariana acredita que o filho ainda não está na série ideal para ele. Porém, segundo ela, a convivência com as outras crianças têm o ajudado a se manter motivado para ir à escola.

A mãe de Lorenzo enfatizou que mesmo sendo psicóloga, ela encaminha o filho para atendimento com outra profissional, principalmente em momentos desafiadores para ele, como o avanço de série. Ela afirma que acompanha e estimula o filho de acordo com os interesses e motivações dele, e que o diagnóstico precoce faz toda a diferença.

“As altas habilidades não estão só na cognição, elas estão no pensamento, no comportamento e no jeito de lidar com a vida. Quando a gente sabe desde cedo que tem uma criança superdotada em casa, a gente ajuda ela a se autoconhecer”, acrescentou Mariana.

e aprendeu a ler antes dos 2 anos e participa do “Pequenos Gênios”, no Domingão com Huck — Foto: Arquivo Pesosal

Crianças superdotadas

A psicopedagoga e professora da Rede Municipal de Santos, Layla Abrahão, explica que crianças que possuem altas habilidades têm um desenvolvimento intelectual que vai além do comum para a idade escolar. Elas, segundo a profissional, fazem parte do público-alvo da Educação Especial, e devem receber acompanhamento da escola, assim como têm direito a um aprofundamento de estudos no contraturno escolar.

Sobre o avanço na escola, ela diz que cada caso deve ser analisado. “A resolução SE-81, de 7-8-2012, nos diz que muitos pontos devem ser considerados, um deles é a maturidade emocional da criança, que muitas vezes não condiz com a capacidade intelectual”

Além do acompanhamento na escola, a psicopedagoga ressalta que os pais devem auxiliar as crianças em casa, e recomenda que haja atendimento com psicóloga ou psicopedagoga, para aprofundamento de estudos, assim como o desenvolvimento de outras habilidades.

“A criança com altas habilidades, muitas vezes podem possuir um déficit em outras áreas, como a social, emocional ou em algumas disciplinas que elas não tenham tanto interesse. É necessário expandir os interesses da criança para que ela se desenvolva integralmente”, disse Layla.

Pequenos Gênios

A primeira participação de Lorenzo no Pequenos Gênios foi no dia 27 de julho, e neste domingo (31) ele segue na competição. O quadro é uma disputa entre crianças superdotadas [Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) é um alto desempenho em diversas áreas das atividades humanas]. Os participantes se dividem em dois trios, para responder questões matemáticas ou soletrar palavras de trás para frente, por exemplo.

A mãe de Lorenzo afirmou que o desafio do programa estimulou ainda mais o filho, pois ele teve a oportunidade de conviver com outras crianças com altas habilidades. “Ele é uma criança bem dedicada, ele gosta de desafios. Ele é muito focado”, declarou.

Ao g1, Lorenzo contou quer ser desenvolvedor de jogos ou cientista quando crescer. Ele disse que gosta de futebol e corrida, além de ser fã de Power Rangers e Pokémon. Sobre a participação no programa, ele falou sobre as primeiras vezes que se viu na TV.

“O mais legal é que eu estava na casa da minha avó e me vi na TV. O que mais gostei também foi de poder ver meus amigos [os companheiros de trio] pessoalmente”, disse.

Lorenzo confessou que se sente muito bem em ser um ‘pequeno gênio’ e espera que outras crianças tenham as mesmas oportunidades que ele. “Eu gosto de ter altas habilidades e me sinto motivado a estudar”, disse.

As informações são do g1.

Sair da versão mobile