Quem foi o ‘homem do pulmão de ferro’, que viveu 72 anos em caixa de metal

Paul Alexander morreu na última terça-feira (12), aos 78 anos

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Imagem: reprodução/YouTube

Conhecido como ‘o homem do pulmão de ferro’, o americano Paul Alexander morreu na última terça-feira (12), aos 78 anos. Vítima de uma poliomielite aguda grave, ele perdeu o movimento do pescoço para baixo aos 6 anos, vivendo desde então dentro de um cilindro de metal.

“Sua história viajou por todos os cantos, influenciando positivamente pessoas ao redor do mundo. Paul foi um exemplo incrível que continuará a ser lembrado.

Site de arrecadação de fundos para Paul Alexander em comunicado oficial.

Mesmo tendo que conviver com sua condição, Alexander conseguiu se formar em direito, exercer a advocacia e ainda publicar vários livros — um amigo auxiliou na empreitada, que levou oito anos.

Os pulmões de ferro 

Os chamados pulmões de ferro (ou de aço) eram basicamente uma enorme caixa de metal presa a um fole que funcionava como um tipo de ventilador para pacientes com dificuldades de respiração. A sucção contínua do fole mantinha o paciente respirando.

Em suma, o respirador empurrava o ar para os pulmões por meio de um método de respiração artificial denominado Ventilação Externa com Pressão Negativa (ENPV). O fole sugava o ar do cilindro, onde o paciente ficava trancado, e à medida que a pressão do ar na diminuía, os pulmões do paciente expandiam-se automaticamente, puxando ar fresco para o diafragma.

A máquina, que tinha formato de cilindro metálico, ficou obsoleta na década de 1960, quando foram substituídos por ventiladores mecânicos. Como Alexander já havia se acostumado na caixa, decidiu continuar usando o dispositivo — ele chamava o “companheiro” de “velho cavalo de ferro”.

Vale pontuar que, com o tempo, o americano aprendeu técnicas para respirar sozinho, o que o permitiu sair do pulmão de ferro por curtos períodos. As táticas ajudaram também a realizar outras tarefas do dia a dia, como sair da caixa para fisioterapia, banho, além de outros cuidados médicos necessários — tudo precisava ser rápido, dada a necessidade do paciente de voltar para o pulmão artificial.

Segundo o Globo, dados do Museu de Ciência apontam que muitos pacientes só usaram o aparelho por algumas semanas ou meses, dependendo da gravidade do vírus. Aqueles que ficaram com os músculos do peito permanentemente paralisados pela doença precisaram do auxílio de uma máquina para o resto da vida. Alexander foi o paciente mais longevo a partir do uso da caixa. Foram 72 anos vivendo com auxílio do pulmão de ferro.

As informações são do Olhar Digital.

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