Quem é Gitanjali Rao, eleita a “Criança do Ano” em 2020 pela revista Time

A estudante Gitanjali Rao, de 15 anos, foi eleita a personalidade do ano pela revista Time (Foto: Reprodução/@gitanjaliarao)

A estudante Gitanjali Rao, de 15 anos, foi eleita a “Criança do Ano” pela revista Time. Nascida no estado do Colorado, nos Estados Unidos, a jovem foi a escolhida dentre mais de 5 mil indicados para o título inédito da publicação.

A jovem frequenta o segundo ano do Ensino Médio de uma escola especializada nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês), a STEM School Highlands Ranch. Ela chamou atenção no meio científico ao usar inteligência artificial e criar aplicativos para resolver questões como água potável contaminada, cyberbullying e dependência em opioides.

Em entrevista à atriz Angelina Jolie, que é editora e colaboradora da revista, Rao falou sobre sua paixão por ciência e tecnologia e sobre sua missão de criar uma comunidade global de jovens inovadores para resolver problemas no mundo todo.

Ao contar sua trajetória, a menina lembrou que tinha apenas 10 anos quando disse aos pais que queria pesquisar o sensor de nanotubos de carbono no laboratório de pesquisa de qualidade da água de Denver. “Sempre fui uma pessoa que queria colocar um sorriso no rosto de alguém. Esse era meu objetivo diário, apenas fazer alguém feliz”.

Principais projetos

Ela também foi responsável pelo Kindly, um aplicativo e uma extensão no navegador Google Chrome capaz de detectar cyberbullying em um estágio inicial, com base em tecnologia de inteligência artificial. “Comecei a codificar em algumas palavras que poderiam ser consideradas bullying, e então meu mecanismo pegou essas palavras e identificou palavras que são semelhantes. Você digita uma palavra ou frase, e ele é capaz de pegá-la se for intimidador, aí dá a você a opção de editá-la ou enviá-la do jeito que está”, explica. “O objetivo não é punir. Como uma adolescente, eu sei que eles tendem a atacar às vezes. Em vez disso, dá a você a chance de repensar o que está dizendo para saber o que fazer na próxima vez”.

Atualmente, a garota está trabalhando em uma maneira fácil de ajudar a detectar biocontaminantes na água, como parasitas. “Espero que seja algo barato e preciso, para que as pessoas em países do terceiro mundo possam identificar o que há em suas águas”, afirma.

Além disso, também está desenvolvendo um produto que ajuda a diagnosticar o vício em opioides prescritos em estágio inicial, com base na produção de proteínas do gene do receptor opioide μ (mu). “Eu estive muito, muito interessada em genética. É disso que eu gosto, então é nisso que estou decidindo trabalhar.”

Sua ideia é criar uma comunidade de jovens inventores e está no caminho para isso: Rao já orientou 30 mil alunos sobre ciência. “Eu realmente espero que o trabalho que todas essas crianças estão fazendo identifique a inovação como uma necessidade e não algo que é mais uma escolha. Espero poder ser uma pequena parte disso”, afirma.

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