Médica explica possível causa de morte de fã de Taylor Swift

Dra. Luana Araújo comenta possível causa da morte da estudante Ana Clara Benevides Machado e como evitar novas tragédias diante de temperaturas extremas de calor

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Ana Clara Benevides morreu aos 23 anos após passar mal em show de Taylor Swift — Foto: Reprodução do Instagram

A morte da estudante Ana Clara Benevides Machado, 23 anos, após passar mal no show da Taylor Swift na sexta-feira (17), no Engenhão, no Rio de Janeiro, tem causado comoção na web. Apesar de a causa da morte ainda não ter sido divulgada oficialmente, muitos acreditam que a fã tenha se sentindo mal devido ao forte calor que fazia na Cidade Maravilhosa, com sensação térmica de 59,3ºC.

A médica Dra. Luana Araújo, especialista em doenças infecciosas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com mestre em Saúde Pública pela universidade Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, falou  sobre o ocorrido.

“No caso da moça que morreu no show da Taylor, ela estava exposta a um forte calor e cercada por pessoas que também produzem calor. É uma estufa a céu aberto. E aí desidrata, mesmo. O que ocorre é que as pessoas têm limiares diferentes de tolerância a essa desidratação”, explica.

“Pessoas com problemas renais podem ter problemas importantes, assim como cardíacos, com pouca desidratação. Adultos jovens, teoricamente, resistem ou deveriam resistir um pouco mais para ter o mesmo tipo de sintoma. Só que temos que levar em conta também o tempo que essa moça ficou desidratada a 50ºC sem conseguir se hidratar direito no meio dessa muvuca. Não é nada simples”, diz.

A água é fundamental para que as pessoas expostas a altas temperaturas por muitas horas consigam permanecer bem. Dra. Luana concorda com a necessidade da liberação da entrada de garrafas de água em estádios, como pede um abaixo-assinado após a morte da jovem.

“Temos uma exposição direta ao calor excessivo e à entrada de calor no organismo. Isso já é fora do padrão e do saudável para combater isso, é necessária uma proteção do calor, algo que não aconteceu. O segundo mecanismo importantíssimo é uma sudorese eficaz. Quanto mais a gente sua, mais a gente consegue se livrar deste calor. Para isso acontecer, a gente precisa de hidratação adequada. Caso contrário, ela não consegue fazer com que o organismo funcione corretamente”, diz.

Ana Clara teve duas paradas cardiorrespiratórias antes de chegar ao hospital. A Dra. explica que a desidratação grave pode gerar insuficiência cardíaca.

“Esse processo da sudorese vai desidratar a pessoa de uma maneira muito grave, o que leva a perda de eletrólitos, que são substâncias fundamentais para a contração muscular. E isso pode levar a insuficiência cardíaca e ao óbito”, salienta.

“É inadmissível que alguém fique exposto por tanto tempo a um calor desse tamanho, e inacreditável que alguém seja proibido de se hidratar em uma situação atípica e história em termos de calor. A organização do show tinha que estar distribuindo água e não colocando obstáculos”, pontua a médica, citando a proibição de entrada de qualquer tipo de garrafa de água no local.

A Secretária do Consumidor do Ministério da Justiça ordenou que, a partir deste sábado (18), será permitida a entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado, em espetáculos. Taylor apresenta a The Eras Tour pelo segundo dia consecutivo no Rio neste sábado. Além disso, os organizadores deverão disponibilizar água potável gratuita em ilhas de hidratação de fácil acesso.

Evitando a desidratação

“É preciso sempre estar preparado para condições climáticas. Se estiver diante de um calor extremo, precisa se lembrar de evitar a exposição ao calor direto, se proteger em um lugar de sombra, se hidratar com água de maneira frequente, mesmo que não esteja sentindo sede. Lembrando que o álcool desidrata. Então, é bom evitar”, sugere.

“E, por último, você precisa estar com roupa leve, que permita ventilação e que você possa suar, além de uma proteção na cabeça. E sempre que puder, molhar com água a cabeça”, finaliza.

Com informações da QUEM.

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