Maior cruzeiro do mundo divide opiniões e é chamado de ‘monstruosidade’

Viagem inaugural do Ícone dos Mares está marcada para janeiro de 2024, mas já gerou discussões entre internautas

MAIOR CRUZEIRO DO MUNDO

Desenho mostra como será a parte de trás do Icon of the Seas, futuro maior navio do mundo, da Royal Caribbean — Foto: Divulgação

O navio “Icon of the Seas” (Ícone dos Mares, em português) tem sua primeira viagem marcada somente para janeiro de 2024. Apesar disso, o cruzeiro da Royal Caribbean International — que será o maior do mundo — tem gerado, desde já, inúmeras polêmicas nas redes sociais. Uma das mais recentes tem como ponto de partida uma foto em específico, usada durante a divulgação do flutuante.

Trata-se da imagem abaixo, uma figura renderizada do projeto que destaca as diferentes e vibrantes cores da embarcação e evidencia o parque aquático, localizado na parte superior do barco de dimensão jamais vista até então. Para muitos usuários das redes sociais, o retrato do Ícone dos Mares pode ser descrito como “pilha de decadência”, “cafona e vulgar” e “monstruosidade”. O protótipo foi comparado ainda ao próprio nome, sendo chamado de “Ícone da Doença”.

Em entrevista ao canal de notícias americano por assinatura, CNN, o professor de psicologia da Universidade do Alabama, Tom Davis, explicou os motivos por trás de opiniões e reações tão apaixonadas na internet, além de reforçar que a figura está ligada a uma questão de ponto de vista gerado por uma ilustração digital.

— [A renderização] quase dá a impressão de um navio curto, alto demais e empilhado que está em mar agitado, mas na realidade isso pode ser um truque de perspectiva, já que o navio real é aparentemente três a quatro vezes mais longo do que a ideia que tenho olhando para a renderização. As imagens que vi que são mais de perfil adicionam uma sensação mais razoável, eu acho, da altura no contexto do comprimento total

— Para alguns, uma embarcação deste tamanho com tanta coisa provavelmente representa muita diversão com atividades contínuas e liberdade do tédio. Para outros, eles podem nunca ter feito um cruzeiro e acham que isso é demais para absorver tudo de uma vez.

O especialista reforça ainda que a aprovação ou não pelo cruzeiro depende das experiências pessoais de cada um, levando em consideração os medos que cercam o mar aberto e espaços pequenos, por exemplo.

— Para outros, suas experiências com cruzeiros e as inúmeras viagens bem-sucedidas fornecem informações corretivas que os levam a ver a situação de maneira diferente — finaliza Davis.

Já para o psicólogo e especialista em fobias, Adam Cox, a descrição dado ao “Icon of the Seas” como “cinco vezes maior” que o Titanic pode passar a ideia de um desastre ainda maior do que o que aconteceu em 1912.

— Ainda mais depois da recente tragédia com o submarino no Titanic, isso provoca um desejo protetor de evitar uma tragédia semelhante. Os níveis no navio também criam uma sensação de claustrofobia em algumas pessoas, pois elas perceberão o navio como um lugar onde milhares estão presos, em vez de desfrutar de um cruzeiro de férias. E, para outros, as cores de doces fazem o navio parecer um brinquedo, criando questões de segurança que não existiriam se o navio tivesse cores mais neutras — disse Cox à emissora.

Navio tem oito decks e é cinco vezes maior que o Titanic

O maior cruzeiro do mundo, com um total de 20 decks, oito bairros e 365 metros de comprimento, recebe os últimos retoques antes de sua primeira viagem, marcada para janeiro de 2024. O navio Icon of the Seas fez seu primeiro teste em águas abertas em junho passado.

Cinco vezes maior que o Titanic, o gigante de 250.800 toneladas tem capacidade para quase dez mil pessoas: até 7.600 passageiros e 2.350 tripulantes. O navio contará com o maior parque aquático marítimo do mundo, com seis toboáguas de tamanho recorde. Além de sete piscinas, nove banheiras de hidromassagem, um simulador de surfe e mais de 40 restaurantes, bares e áreas de entretenimento. Uma particularidade é a gigantesca cúpula de cristal que cobre a proa.

O Icon of the Seas passa pelas últimas obras no estaleiro Meyer Turku, um dos principais construtores navais da Europa, em Turku, na Finlândia.

Em seu interior, são 28 tipos diferentes de acomodações, com mais categorias para famílias, mais layouts com vista para o mar e mais espaço para viajantes em grupo.

Com informações do Jornal O GLOBO.

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