“Icemageddon”: Alasca registra recordes de calor em dezembro

Dezembro costuma ser um dos meses mais gelados do inverno no Hemisfério Norte. Mas, em 2021, um período incomum de calor no Alasca fez com que as temperaturas diurnas chegassem a quase 20ºC, em uma época normalmente marcada por temperaturas negativas.

Na comunidade da ilha de Kodiak, a temperatura chegou a19,4 ° C no domingo (26), a maior em dezembro já registrada no Alasca, disse à Reuters o cientista Rick Thoman, do Centro de Avaliação e Política Climática do Alasca, que classificou a medição como absurda.

O novo recorde não foi um caso isolado e aconteceu em meio a uma onda temperaturas elevadas em dezembro, como os 18,3ºC registrados no aeroporto de Kodiak, um recorde de 16,6ºC na comunidade de Cold Bay, e pelo menos oito dias com temperaturas acima de 10ºC na cidade Unalaska.

Os registros do Alasca marcam o final de um ano que tem sido absolutamente sufocante nos EUA em geral. Recordes de calor foram estabelecidos em praticamente todas as regiões, com ondas de calor varrendo todo o país. No noroeste do Pacífico, o calor sem precedentes do último verão literalmente derreteu infraestrutura crítica e deformou as estradas.

Nos últimos dias Montana, Dakota do Norte, Washington e Wyoming registraram recordes de calor para dezembro, de acordo com o GizModo. Durante a primeira semana do mês, o Serviço Nacional de Meteorologia estimou que até um terço dos EUA continentais experimentou altas acima de 31ºC.

Normalmente, dezembro é um mês seco no interior do Alasca, porque o ar frio não consegue reter muita umidade. Mas este ano, isso também mudou. Nos últimos dias chuvas forte atingiram o interior do Alasca, com a área Fairbanks sofrendo a mais violenta tempestade de inverno desde 1937, disse Thoman.

As chuvas aconteceram depois de dias de nevascas, o que fez com muitas comunidades da região fossem cobertas por gelo, provocando cortes generalizados de energia e o fechamento de estradas e empresas importantes. O fenômeno foi tão intenso que ganhou até um apelido: Icemageddon.

“O gelo é extremamente difícil de remover, pois aderiu à superfície da estrada. Mesmo que as temperaturas do ar estivessem quentes durante # icemageddon2021, as estradas estavam abaixo de zero, o que fez com que o gelo aderisse à superfície”, disse o Departamento de Transporte e Instalações Públicas do Alasca, em post no Twitter.

O calor recorde no Alasca é especialmente notável porque o estado é conhecido por seu frio intenso e sua proximidade com o Ártico, mas, segundo cientistas, está aquecendo mais rápido do que o resto dos Estados Unidos e já sofre com enchentes, erosão e outros sinais de mudanças climáticas, afirma o New York Times.

Um estudo publicado no mês passado na revista Nature Communications projetou um clima ártico com um inverno com mais chuva do que neve começando por volta de 2060 ou 2070.

Segundo os cientistas, o Alasca ainda deve ter temperaturas negativas, como os – 29ºC que atingiram Fairbanks também neste mês, mas episódios quentes e úmidos devem ser mais numerosos no futuro. “Isso é exatamente o que esperamos em um mundo em aquecimento”, disse Thoman.

As informações são do Um So Planeta.

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