Entenda o que é violência patrimonial, dita por Luiza Brunet em exposição de dívida bancária

Modelo conseguiu negociar no Bradesco o pagamento de uma dívida de R$ 646 mil no cartão de crédito; Na última terça-feira, Luiza retalhou o banco em seu perfil nas redes

Luiza Brunet teve de fazer acordo com o Bradesco para encerrar dívida sobre cartão de crédito — Foto: Fabiano Rocha

Luiza Brunet jogou luz a um problema que afeta milhares de mulheres: a violência patrimonial. A modelo, ao se pronunciar pela primeira vez sobre a dívida de R$ 646 mil no cartão de crédito, relacionou o problema com o vazamento de seus dados bancários.

Em seu perfil do Instagram, Luiza escreveu um longo texto retalhando o Bradesco por ter aberto ao público seu sigilo bancário.

“Durante todos esses anos mantive relacionamento comercial com o Bradesco. Sempre cumpri com minhas obrigações. Por isso me causou surpresa essa notícia divulgada para atender os interesses espúrios de uma pessoa que não se conforma com a mudança da minha vida. Não vou falar aqui do absurdo que é o Banco Bradesco descumprir o direito que todos os correntistas têm ao sigilo bancário. De uma forma ilegal o que a instituição financeira fez foi mostrar que sou uma pessoa comum. Que tenho momentos bons e outros não tão bons.”, iniciou ela na legenda da publicação, na última terça-feira.

“Quero falar sobre resiliência. Porque mesmo em momentos difíceis me levantei e segui meu propósito de vida. Segui ajudando as pessoas como posso, sem me importar com os meus problemas. Quero falar sobre os juros imorais que são cobrados diariamente de milhões de cidadãos. Alguns, infelizmente, não têm a oportunidade que tive de discutir e pagar o valor correto. Essa situação pela qual milhões passam diariamente, destrói famílias, acaba com vidas, fecha empresas, extermina sonhos”, acrescentou.

“Muitas pessoas não sabem, mas há hoje leis que protegem elas desses abusos diários. Aquelas que se encontram na situação que eu vivi, mas que não têm o auxílio de advogado, precisam procurar as defensorias públicas, a Ordem dos Advogados do Brasil, para que tenham a possibilidade de, como eu, resolverem a situação dentro do que a lei manda. Não tenho vergonha de nada, pois não devo nada ao Bradesco, paguei minha dívida há mais de quatro meses e sigo minha vida sem prejudicar ninguém. Aqueles que buscaram essa história, para tentar atingir minha imagem é que têm que se envergonhar do que fizeram. 🔴🔴🔴🔴❌❌ #violenciadegenero #violenciacontramulher

O que é violência patrimonial?

De acordo com a advogada Nelly Potter, consultora de Direito empresarial e patrimonial, violência patrimonial é o subjugo da mulher a um homem que exerça sobre ela um poder patrimonial em certa medida, do qual ela depende.

“É um problema sistêmico, que vem desse desenvolvimento profissional tardio da mulher. O público feminino ainda ganha menos do que homens, são eles que se veem com maior frequência em cargos de chefia, por exemplo. A renda da mulher ainda é vista como complementar nas famílias, e não como a provedora”, comenta a advogada.

A respeito do caso de Luiza, especificamente, Nelly explica que não se trata de um caso de violência patrimonial, ancorada numa discriminação de gênero, mas de um desrespeito ao direito de sigilo bancário. “A Luiza é uma pessoa pública, mas não exerce funções em cargos públicos. Se ela fosse uma representante política, se trabalhasse para nós, cidadãos, talvez fosse interessante que o público tivesse essa informação. Mas, nesse caso específico, foi um abuso, que pode acontecer com homens e mulheres”, elucida a profissional.

Com informações do Jornal O GLOBO.

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