Conteúdo fúnebre viraliza e ganha seguidores nas redes sociais

Júnior Covas faz sucesso nas redes ao mostrar a rotina de um cemitério francês — Foto: Instagram

Você já ouviu falar em tanatopraxia? Sabe como uma lápide deve ser conservada? Como funciona o processo de cremação? E como é feito um enterro fora do Brasil? Pode soar estranho, mas existem conteúdos nas redes sociais que respondem a todas essas questões. O universo fúnebre, especialmente no TikTok, tem milhares de seguidores e vários “influenciadores”. São profissionais da área que estão viralizando ao falar sobre a morte.

O conteúdo normalmente mostra atividades que para alguns podem parecer assustadoras, mas para eles é apenas rotina. Nos vídeos, os tiktokers também tiram dúvidas, mostram curiosidades e respondem perguntas dos seguidores.

“Olá, meus futuros clientes!”, é assim que o coveiro ‘Junior Covas’ começa os vídeos em que mostra sua rotina de trabalho em cemitérios da França. O goiano viralizou com vídeos em seu local de trabalho em que explica procedimentos de rotina, que vão desde uma simples manutenção de túmulo até uma complexa exumação.

Com bom humor e curiosidades do dia a dia, ele já contabiliza mais de 1 milhão de seguidores. Em entrevista, em 2023, Junior disse que era preciso falar abertamente sobre a morte.

“Precisamos falar do fim, porque isso dá um up na vida, tipo ‘Cara o que tô fazendo da minha vida?’ […]. O que você está fazendo hoje? Você saiu, olhou pro céu, trocou uma ideia de boa? Você viveu?”, reflete.

A norte-americana Alicia Williams encontrou na limpeza de lápides uma espécie de terapia após um divórcio turbulento. Ela visita cemitérios todos os dias e grava o processo de remover a sujeira acumulada pelo tempo nos túmulos. Todo o trabalho que ela faz é de graça e sempre com autorização de familiares.

‘A morte me trouxe de volta à vida’, diz a mulher que se tornou sensação no TikTok. Hoje ela tem quase 3 milhões de seguidores. Os vídeos feitos em formato de timelapse mostram Alice raspando e esfregando os monumentos, misturando uma espécie de ASMR (sons que ajudam a relaxar) da limpeza e histórias das pessoas que estão enterradas ali.

Alicia Williams limpa lápides como terapia — Foto: Reprodução

Há também o caso de Ivi Pivetta Víero, que peregrina por cemitérios para mostrar histórias “contadas” por sepulturas. Ela é dona do perfil ‘Tumultulos’, que traz curiosidades e fatos históricos sobre as pessoas que estão enterradas.

A designer, que já visitou túmulos de famosos como Ângela Diniz e Telê Santana, também mostra detalhes e escrituras nas pedras de mármore, além de expor teorias sombrias e já ter se aventurado a seguir uma receita de brownie encontrada em um túmulo.

Nos posts, ela também usa a hashtag ‘necroturismo’, um hábito de viajantes nos mais famosos cemitérios do mundo, como o Père-Lachaise, em Paris, o Saint James, em Londres, o Recoleta, em Buenos Aires e o cemitério São João Batista, do Rio de Janeiro. Todos com moradores ilustres, como Carmen Miranda, Allan Kardec e Eva Perón.

Com 2,6 milhões de seguidores no TikTok, a americana ‘Lauren the Mortician’, ou ‘Lauren, a agente funerária’, compartilha dados interessantes, engraçados e informativos sobre sua carreira única.

O foco principal dos vídeos dela é tirar dúvidas sobre o trabalho no pós-morte, como translado, venda de caixões e urnas, velórios, processo de preparo dos corpos e até cremação. Tudo isso em vídeos com detalhes bem explicativos, uma pitada de bom humor e muito respeito aos seus ‘guests’ – convidados.

O que é tanatopraxia?

“Eu cuido do amor da vida de alguém”, esse é o lema da instrutora de tanatopraxia Josiane Oliveira, que, com mais de 900 mil seguidores no TikTok, mostra detalhes do dia a dia de trabalho, explica procedimentos e tira dúvidas.

A tanatopraxia é a técnica de conservação de corpos utilizada em quase todos os países do mundo. Não é necropsia, nem retirada de órgãos. É um procedimento que visa conservar, embalsamar, higienizar e cuidar da aparência de um corpo para o velório. Maquiar essas pessoas está no processo, a chamada de necromaquiagem.

Além da conservação, a tanatopraxia visa evitar a propagação de moléstias contagiosas e doenças à comunidade, visto que com a preparação, o corpo recebe um tratamento especial com substâncias germicidas.

Com informações do g1.

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