9 em cada 10 pessoas em países pobres não terão vacina contra Covid-19

Vacina países pobres

Missionários realizam atividades de prevenção ao Coronavírus na Guiné-Bissau (foto: divulgação)

Na semana que as primeiras doses de uma vacina contra a Covid-19 começou a ser aplicada no Reino Unido, o mundo se encheu de esperança. A triste notícia é que, provavelmente, muitas pessoas não vão se beneficiar dos imunizantes em desenvolvimento. já dura há meses. No entanto, as vacinas que visam combater o vírus já estão em desenvolvimento.

Isso é o que aponta um estudo feito pela organização internacional Oxfam, juntamente com outras organizações não governamentais, como Anistia Internacional e Justiça Global, ao analisar os acordos entre os países e oito fabricantes de vacinas (como a Moderna, Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford).

Segundo o levantamento, enquanto os países mais ricos, que representam 14% da população global, já garantiram 53% de todas as vacinas mais promissoras até agora, 67 países em desenvolvimento — Afeganistão, Congo, Somália, entre outros — só terão doses suficientes para imunizar uma em cada dez pessoas em 2021. O Brasil, a Indonésia e o Vietnã, que fecharam acordos bilaterais com fabricantes, não estão incluídos nessa lista.

“Ninguém deveria ficar de fora da vacinação urgente e necessária contra a Covid-19”, afirma, em comunicado, Maitê Gauto, gerente de programas e incidência da Oxfam Brasil. “Não bastasse a compra da maior parte das vacinas pelos países mais ricos, no Brasil, por exemplo, ainda enfrentaremos a falta de planejamento do governo federal e disputas políticas que podem afetar diretamente a proteção da população.”

Até o momento, todas as doses da vacina da farmacêutica norte-americana Moderna e 96% do produto da Pfizer/BioNTech foram adquiridos pelos países desenvolvidos. Por outro lado, 64% das doses da vacina Oxford/AstraZeneca estarão disponíveis para populações de países em desenvolvimento. Só que isso só garantirá a vacinação de cerca de 18% da população global em 2021.

Algo que poderia transformar esse cenário para ampliar a taxa de proteção, garantindo a segurança de todos, é o compartilhamento das tecnologias por parte das empresas farmacêuticas e também a dispensa da propriedade intelectual. Além disso, garantir que o imunizante se torne um bem público global e, portanto, gratuito à população, pode ser importante para as pessoas em situação mais vulnerável.

Em nota, a Oxfam ainda afirma que “os produtos da Oxford/AstraZeneca, Moderna e Pfizer/BioNTech receberam mais de US$ 5 bilhões em financiamento público e, por isso, essas empresas devem agir no interesse público global.”

As informações são da Galileu.

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