Emilinha Borba na Era de Ouro do rádio; a carreira e a vida da cantora

É impossível contar a história do rádio no Brasil sem passar por suas estrelas, entre elas Emilinha Borba, que em agosto deste ano de 2023 estaria completando 100 anos. Na época de maior sucesso da radiofonia, era difícil igualar o brilho de Emilinha, tema desta edição do especial Era de Ouro do Rádio, produzido pela Rádio Nacional e reproduzido por VIU! Podcast.

Ritmo ainda dominante nos carnavais até hoje, ela, um século depois do nascimento, permanece a voz das marchinhas. Jornalista e pesquisador dos anos dourados do rádio, Rodrigo Faour fala dessa força: “Emilinha era de uma família de migrantes, e foi contratada da Nacional por 27 anos, desde 1943. Desde menina ela gostava de imitar as grandes do rádio, como Carmen Miranda”, disse.

Início de carreira A carreira começou na pré-adolescência, ganhou um programa de calouros aos onze anos, quando foi a uma rádio no Centro, Cruzeiro do Sul, escondida da mãe. Para receber o aval do talentoso mas ranzinza mineiro de Ubá, Emilinha interpretou Noel Rosa. O primeiro disco solo foi gravado em 1939, com ninguém menos que o regional de Benedito Lacerda no acompanhamento. No mesmo ano, Carmen Miranda, ídola na infância, mais uma vez cruzou o caminho de Emilinha.

E por intermédio de Carmen Miranda, Emilinha foi apresentada a Joaquim Rolas, dono do Cassino da Urca. Do alto das sandálias plataforma emprestadas pela Pequena Notável, soltou a voz, pequena mas afinada. Menor de idade, Emilinha alterou o registro de nascimento, para poder concorrer. Valeu a pena: tornou-se uma das principais atrações do Cassino, entre artistas já consagrados como as irmãs Linda e Dircinha Batista. No mesmo ano, estreou no cinema em “Banana da terra”, de Alberto Byington e Rui Costa.

A passagem pelo Cassino e a observação atenta das estrelas com que convivia contribuiu para uma das marcas de Emilinha, a versatilidade. O repertório, desde o começo, ia além de marchas e sambas. Versões de boleros, contidas, sofridas. Ou agitadas rumbas. Impulso na década de 40 A carreira ganhou impulso no começo dos anos 40. Em 1940, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra os sambas “O cachorro da lourinha” e “Meu mulato vai ao morro”.

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