Putin completa 70 anos com cumprimentos e orações de aliados

Autoridades saudaram o presidente como o salvador da Rússia moderna

O presidente Vladimir Putin completou 70 anos nesta sexta-feira (7), em meio a cumprimentos de subordinados e um apelo do patriarca Kirill para que todos os leigos e clérigos rezem pela saúde do líder supremo da Rússia mais longevo desde Josef Stalin.

Putin, que chegou ao cargo mais alto do Kremlin no último dia de 1999, está enfrentando o maior desafio de seu governo depois que a invasão da Ucrânia desencadeou o mais grave confronto com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962.

Em seu aniversário, Putin deve participar de uma cúpula informal da Comunidade de Estados Independentes em São Petersburgo, a antiga capital imperial fundada por Pedro, o Grande, que é sua cidade natal.

Autoridades saudaram Putin como o salvador da Rússia moderna, enquanto o patriarca de Moscou e de toda a Rússia implorou ao país que fizesse dois dias de orações especiais para que Deus conceda a Putin “saúde e longevidade”.

“Nós oramos a você, nosso Senhor Deus, pelo chefe do Estado russo, Vladimir Vladimirovich, e pedimos que você dê a ele sua rica misericórdia e generosidade, conceda-lhe saúde e longevidade, e liberte-o de todas as resistências visíveis e invisíveis e inimigos. Confirme-o em sabedoria e força espiritual, para todos, Senhor, ouça e tenha misericórdia”, declarou Kirill.

Putin, que prometeu acabar com o caos que tomou conta da Rússia após a queda da União Soviética em 1991, está enfrentando a mais séria crise de guerra que qualquer chefe do Kremlin enfrentou por pelo menos uma geração desde a guerra afegã de 1979-1989.

Opositores como o líder da oposição preso Alexei Navalny dizem que Putin levou a Rússia a um beco sem saída em direção à ruína, construindo um sistema frágil de bajuladores incompetentes que acabará por entrar em colapso e levar o país ao caos.

Apoiadores dizem que Putin salvou a Rússia da destruição por um Ocidente arrogante e agressivo. Dizem que ele recuperou a influência após as humilhações sofridas pela elite russa quando a Guerra Fria terminou.

Mas a invasão da Ucrânia por Putin até agora fracassou.

Após mais de sete meses de guerra, a Rússia sofreu enormes perdas de homens e equipamentos e foi derrotada em várias frentes no mês passado, enquanto o exército de Putin ia de uma humilhação para outra.

Putin recorreu a proclamar a anexação de territórios apenas parcialmente sob controle russo — e cujas fronteiras o Kremlin disse que ainda não foram definidas — e ameaçou defendê-los com armas nucleares.

Uma mobilização parcial declarada pelo presidente em 21 de setembro se desenrolou de forma tão caótica que até Putin foi forçado a admitir erros e ordenar mudanças. Centenas de milhares de homens fugiram para o exterior para evitar serem convocados.

Mesmo aliados normalmente leais do Kremlin denunciaram as falhas dos militares — embora tenham parado, até agora, de criticar o próprio presidente.

Refletindo sobre o aniversário de Putin, o ex-redator de discursos do Kremlin, Abbas Gallyamov, afirmou: “Em um aniversário, é costume resumir os resultados, mas os resultados são tão deploráveis ​​que seria melhor não chamar muita atenção para o aniversário”.

As informações são da CNN.

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