Multidão amarra e queima vivos sete supostos criminosos na África do Sul

Responsáveis pela região de Diepsloot, onde há muitos assassinatos e estupros, afirmaram que a cidade foi abandonada pelas autoridades

Multidão amarra e queima vivos sete supostos criminosos na África do Sul

Autoridades são vistas na área de Diepsloot durante operação contra o alto nível de criminalidade na área — Foto: Reprodução

Sete supostos criminosos foram detidos, amarrados e queimados vivos por uma multidão em uma das áreas urbanas mais violentas da África do Sul. De acordo com o porta-voz da polícia, Mavela Masondo, “a investigação preliminar indica que as vítimas foram atacadas e queimadas” na sexta-feira à noite.

— Eles foram perseguidos, capturados e amarrados antes de serem mortos. Sim, foi um ‘colar’ — afirmou um morador, referindo-se ao “suplício do colar”, que consiste em utilizar um pneu (ou cordas) e colocá-lo ao redor do pescoço da vítima, que é embebida com gasolina antes de ser incendiada.

O porta-voz destacou que a polícia “condenou veementemente” os acontecimentos. Ainda conforme as autoridades, uma investigação de assassinato foi iniciada após os corpos carbonizados dos jovens, todos com cerca de 20 anos, terem sido encontrados.

Em um primeiro momento, um alerta sobre dois “corpos queimados” foi emitido na noite de sexta-feira, disse o porta-voz da polícia à AFP. Depois, outros cinco corpos foram descobertos nas primeiras horas de sábado em um distrito próximo de Diepsloot. Em ambos os casos, segundo o porta-voz, eles teriam sido queimados pela multidão.

‘Abandonada pelas autoridades’

A taxa de criminalidade na África do Sul é uma das mais altas do mundo. No entanto, os responsáveis por Diepsloot, onde há muitos assassinatos e estupros, afirmaram que a cidade foi abandonada pelas autoridades. No país, que tem cerca de 60 milhões de habitantes, houve uma média de 68 assassinatos diários no segundo trimestre de 2023. O número representa um aumento de quase 20% em comparação 2019.

Um morador que não quis se identificar por medo de represálias disse à AFP que “há mais polícia atualmente”, e que a população espera que “eles permaneçam porque a comunidade precisa deles”. Ele afirmou que houve “muitos roubos e as pessoas estão com raiva”. Masondo pontuou que nenhum motivo para os assassinatos foi confirmado, embora haja suspeita de que tenha sido um caso de “justiça com as próprias mãos”.

Com informações do Jornal O GLOBO.

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