SÃO FRANCISCO — Após passar 32 anos na prisão por um crime que não cometeu, um homem teve sua inocência reconhecida na segunda-feira pelo Tribunal Superior de São Francisco, nos Estados Unidos. Joaquin Ciria havia sido condenado por assassinato e passou praticamente metade de sua vida atrás das grades. Agora com 61 anos, ele recebeu o direito de ganhar US$ 140 por cada dia preso, resultando em cerca de US$ 1,6 milhão.
De acordo com a emisssora “CBS”, Ciria foi preso em 1990 pela morte de Felix Bastarrica. No entanto, conforme pesquisa da Comissão de Inocência, formada em 2020 pela promotora Chesa Boudin, foi averiguado que o crime foi cometido por outro homem, um conhecido de Joaquin e da vítima.
A investigação foi refeita pela equipe, formada por voluntários especialistas jurídicos e médicos, com base em relatórios policiais, transcrições judiciais e outros documentos. À época, as suspeitas recaíram sob Ciria por rumores iniciados pelo próprio autor do homicídio, que influenciaram o trabalho da polícia.
O próprio advogado que representou Ciria admitiu equívocos em seu trabalho, como não reproduzir a gravação das partes coercitivas do interrogatório que resultou na condenação de seu cliente e não apresentar testemunhas que sabiam de seu álibi —estar em casa com o filho recém-nascido.
“Estamos muito satisfeitos por Joaquin, que lutou por tanto tempo para limpar seu nome”, disse a advogada Paige Kaneb em um comunicado. “Ele agora pode passar um tempo com seu filho de 32 anos, que era um bebê quando seu pai foi injustamente tirado dele”.