Sérgio Mamberti fala em biografia da perda do companheiro após 37 anos juntos: ‘Ausência sofrida’

Aos 82 anos e com mais de meio século de carreira, o ator Sérgio Mamberti tem muita história para contar sobre seus trabalhos no cinema, no teatro e na televisão, como o inesquecível mordomo Eugênio da novela “Vale tudo”. Mas em sua biografia, “Senhor do meu tempo” ( Edições Sesc), que acaba de ser lançada, o veterano também divide, com detalhes, sua vida privada. Da perda da primeira mulher, a atriz Vivian Mahr, mãe de seus três filhos, que morreu aos 37 anos, à recente partida do companheiro, Ednardo Torquato, depois de quase quatro décadas de união.

“O impacto que senti com a partida dela foi muito forte. Por outro lado, senti um grande alívio. Os dois últimos anos haviam me afetado profundamente, como também foram marcantes na vidados meninos. Afinal, não é fácil ver a mãe tão doente, definhando a cada dia. Acho que, intuitivamente, Carlinhos e Fabrício (os filhos) também sabiam que, em pouco tempo, ela não estaria mais conosco. ‘Meus filhos, agora o barco é só nosso, daqui pra frente,a gente vai ter que tocar a nossa vida’, eu disse em uma longa conversa com eles”, conta Mamberti, na autobiografia, narrada em primeira pessoa e escrita em parceria com o jornalista Dirceu Alves Jr. Vivian morreu em janeiro de 1980, em decorrência de problemas causados por insuficiência cardíaca, depois de 18 internações.

Foi no “renascimento” do ator que ele faria sua estreia em novelas da Globo. “Brilhante” acabou não sendo uma boa experiência, segundo ele relata, mas acabou abrindo caminho para seu papel mais popular — anos depois, Mamberti teria chance de fazer outro, encantando também o público infanto-juvenil como o Astrobaldo do “Castelo Rá-Tim-Bum'”. O autor Gilberto Braga se sentia em dívida com o artista e o escalou para ser o funcionário de Odete Roitmann (Beatriz Segall) na trama. “Foi com ‘Vale tudo’ que senti pela primeira vez uma virada radical na minha carreira em termos de popularidade. O Eugênio se transformou em meu alter ego”, conta.

Ainda na primeira metade da década de 1980, Sérgio Mamberti, que nunca negou sua bissexualidade, conheceu Ednardo Torquato, com quem viveria uma relação de 37 anos. Eles foram morar juntos em 1985 e nunca mais se separaram, até sua morte, em 2019. “Ed, meu companheiro querido, nos deixou muito cedo. Pela segunda vez, tive de experimentar a mesma ausência sofrida com a partida de Vivian, em 1980. Sei que nunca vou merecuperar dessas duas perdas, mas a vida exige coragem e esperança para seguir em frente”, diz o ator no livro.

As informações são do Extra.

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