“Homem-Aranha: Lotus” é o tipo de produção que qualquer fã quer assistir: o filme não tem ligação nenhuma com os estúdios da Marvel ou da Sony e foi produzido por um fã do super-herói.
O longa tem quase duas horas, atores reais e uma qualidade impressionante para o tipo de projeto a que se propõem, mas ficou manchada por conta das polêmicas envolvendo o diretor e o ator principal (sim, o próprio Homem-Aranha).
“Homem-Aranha: Lotus”
- O filme foi anunciado em 2021 e ganhou a atenção de outros fãs do herói pelas promessas de roteiro. Afinal, sem ligação com os estúdios que detêm a história do Homem-Aranha, a produção poderia tomar rumos inovadores;
- Na trama fan-made, Peter Parker está em momento ruim emocionalmente após a morte de sua ex-namorada, Gwen Stacy;
- Ele está em dúvidas sobre continuar sendo “o amigo da vizinhança”. A culpa por não salvar a moça e o pedido de uma criança terminal para conhecê-lo despertam novos questionamentos no herói;
- “Homem-Aranha: Lotus” é baseado nas histórias em quadrinhos O Garoto Que Colecionava Homem-Aranha (1984), Webspinners: Tales Of Spider-Man (1999-2000) e Spider-man: Blue (2022-2023), além de se inspirar nos filmes já existentes do personagem.
Apesar de ter surpreendido os fãs pela qualidade técnica, a produção sofreu com polêmicas dos bastidores envolvendo os próprios realizadores.
O ator Warden Wayne, que interpreta o Homem-Aranha, teve posts antigos em que fazia comentários racistas redescobertos. Ele admitiu a culpa ao site Newsweek e afirmou que esperava que as pessoas assistissem ao filme sem julgá-lo pelo seu passado.
Em seu Twitter pessoal, Wayne ainda publicou carta aberta de desculpas, atribuindo o comportamento racista ao período do ensino médio, em que vivia e foi educado em cidade pequena e conservadora nos Estados Unidos.
Outra polêmica não ajudou “Homem-Aranha: Lotus”: o próprio diretor do longa, Gavin J. Konop, teve publicações antigas vazadas em que fazia comentários racistas, homofóbicos e sexistas. Ele não inovou muito na desculpa, também afirmando que os posts eram antigos e que desde então ele aprendeu com os erros e procura melhorar.
As desculpas não foram convincentes e fãs que haviam contribuído no financiamento coletivo para realizar o filme pediram seu dinheiro de volta. Diversos membros da equipe de efeitos visuais também deixaram a produção.
O longa-metragem saiu do papel, mas sofreu com os reveses causados pelas polêmicas. O lançamento foi adiado algumas vezes, até que chegou no YouTube em 12 de agosto.
“Homem-Aranha: Lotus” pode ser assistido gratuitamente no canal do diretor Gavin J. Konop e já conta com mais de duas milhões de visualizações.
Com informações do Olhar Digital.