Macaé preserva história e obra de Benedicto Lacerda

Neste Domingo, Macaé celebra mais um 14 de março, aniversário do flautista e compositor, Benedicto Lacerda. Aos 118 anos de seu nascimento, a Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart) e o Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé, vinculados à Secretaria de Cultura, preservam e vivificam a sua história e a sua obra.

Na Emart, há salas nomeadas em homenagem aos grandes artistas da cidade e a Benedicto Lacerda não poderia faltar entre elas. Já no Solar dos Mellos, encontram-se documentos originais do artista e acervos bibliográfico, fotográfico e videográfico sobre o ícone da cultura macaense.

– É impossível falar em cultura macaense sem pronunciar Benedicto Lacerda, que representa muito para a cultura brasileira. Ele foi um exímio flautista, com parcerias com Pixiguinha. Ter artista deste gabarito, nos abre portas e motiva, especialmente aos que estão buscando o caminho musical. A Escola Municipal de Artes traz para o seu espaço conhecimento sobre Benedicto, uma grande referência e símbolo da música macaense. Incentivamos a pesquisa e a interpretação de sua obra, frisa o coordenador do Curso de Música da Emart, Anderson Aprígio.

– No acervo do Museu da Cidade de Macaé, temos desde certidão de Nascimento a partituras, documentos, como Requerimento de Habite-se de sua residência e fotos. Temos ainda um vídeo-documentário do Arquivo Nacional, com a voz de Benedicto e de Pixinguinha em um espetáculo, diz o diretor do Solar dos Mellos, Marco Caldeira.

Todo o acervo do Museu está sendo revisado – tanto documentos físicos quanto os digitalizados – e salvo em HD. Eles estão sendo inventariados com o objetivo de virem a ser virtualmente disponibilizados ao público. No momento, pesquisadores e estudantes têm acesso ao acervo por e-mail. As pesquisas devem ser solicitadas pelo telefone: (22) 2759-5049. Além disso, a equipe do Solar dos Mellos está produzindo uma inédita Visita Guiada virtual (3D) às exposições permanentes e acervos, que será apresentada em plataforma própria.

O ícone macaense

Benedicto Lacerda, nasceu em 14 de março de 1903, na Rua São João, Centro de Macaé. Desde a infância, frequentou a Sociedade Musical Nova Aurora. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, passando a residir em um casebre no largo do Estácio. Ele atuou como saxofonista em orquestras de jazz e tornou-se compositor. Com o seu ‘Conjunto Regional Benedicto Lacerda’, acompanhou nomes como Carmen Miranda, Luis Barbosa, Mário Reis, Francisco Alves e Sílvio Caldas.

Na década de 1940, Bené, como era chamado, tocou em cassinos e realizou uma série de gravações, flauta e sax, em parceria com Pixinguinha, privilegiando o repertório de choro. Ele foi parceiro de Pixinguinha em ‘Sofres porque queres’, ‘Naquele tempo’ e ‘Um a zero’. Os arranjos e contrapontos executados pela dupla revolucionaram a instrumentação brasileira. Benedicto Lacerda foi ainda compositor de músicas de Carnaval premiado, fundador da União Brasileira de Compositores (UBC) e dirigente da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (SBACEM).

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