Fenômeno na web, Casimiro cria bordões, planeja casamento e cita não gostar da fama: ‘Não lido bem’

Eu sou boa praça. Gosto de resenha, tá ligado?”, diz Casimiro Miguel da Silva Ferreira. Ele não mentiu. Foi justamente a facilidade em se comunicar, o jeitão carioca irreverente, além do apreço por jogar aquela conversa fora, que fizeram com que o moço, de 28 anos, mais conhecido pelo primeiro nome, ou simplesmente Cazé, caísse no gosto da galera na internet.

De anônimo, o streamer — pessoa que faz transmissões ao vivo através da web — viu o volume de fãs aumentar até se transformar num dos principais nomes (senão o principal) do segmento no país.

De forma recorrente, recebe a alcunha de “fenômeno na web”. Os números de Cazé reforçam isso: na plataforma de lives Twitch, por exemplo, o streamer conta com 1,9 milhão de seguidores. Somados, seus canais oficiais e de cortes no YouTube têm cerca de 600 milhões de visualizações registradas.

Isso além de outros projetos, no mesmo ambiente virtual e na companhia de outros apresentadores, como um canal de jogos e outro, “De Sola”, sobre humor e esportes. No Instagram, ele é seguido por 1,9 milhão de internautas, mesma quantidade no Twitter.

Em suas transmissões, Cazé aborda, além de esportes, temas variados, geralmente temperados por bordões que fazem o maior sucesso como “Meteu essa?”, “Ih” e “Que papinho, hein?”.Vai de “Big Brother Brasil”, passando por mansões de famosos a vídeos que viralizam na web, até qualquer coisa que lhe der na telha. Assuntos mais sérios, como a vacinação ou tópicos com destaque no noticiário, também estão no pacote. As informações são do EXTRA.

Nem tudo, porém, são flores. Com o aumento de público e alcance, especialmente no período de pandemia, Casimiro precisa lidar com a fama. Apesar de gostar do contato com o público, essa consequência de seu trabalho não o agrada. Não costuma dar entrevistas. O EXTRA, por exemplo, tentou por duas semanas, mas sem sucesso.

“Eu odeio a fama. Tenho aversão à fama”, desabafou ele, num vídeo da web: “Só queria continuar a fazer minha live de boa… Não lido bem com isso de ser famoso. Não quero isso, mas aconteceu. A galera gosta de mim. Amo o apoio e o carinho da galera. Só que essa fama, esse endeusamento que criaram sobre mim, não gosto disso. Porque eu sou um cara normal, de coração. Não sou mais do que ninguém”.

Também é tema de suas lives episódios de sua própria vida e sua rotina. Filho único de pais portugueses, Amadeu, de 70 anos, e Maria de Fátima, de 66, Cazé cresceu na Zona Sul do Rio.

O pai era dono de um estabelecimento comercial no Largo do Machado. Ele é vascaíno doente desde moleque e deixa muito claro a sua paixão pelo time até hoje, com direito a coleção de camisas e tudo. Cursou Jornalismo, mas não concluiu a universitário.

Foi moleque levado, já recebeu uns sopapos dos pais durante a infância (merecidamente, ele mesmo reconhece). Perdeu o medo de falar em público no improviso numa apresentação de trabalho na escola, na ocasião não elaborado com tanto esmero.

Uma tentativa de salvar a nota. Ele chegou a repetir de ano uma vez, na adolescência. Antes de ficar reprovado novamente, já no Ensino Médio, mudou de colégio.

“Era um merda de um aluno. Não queria nada com nada”, comentou ele, cheio de bom humor, na web. Citou ainda que era o “gordinho repetente” no colégio. Situação que melhorou quando ficou mais velho.

Atualmente, Cazé é noivo de Anna Beatriz e os dois devem subir ao altar ainda neste ano. Ele costuma dividir com os fãs, nas transmissões, detalhes dos preparativos para a organização do evento. E diverte sua audiência com isso. Os dois estão juntos há oito anos.

Cazé e Anna Beatriz Foto: Reprodução – Instagram

Não houve pedido de namoro. Segundo Casimiro, ele passou a apresentá-la como namorada depois de ambos ficarem poucas vezes. Os pais dele souberam da nora numa ocasião em que ele estava hospitalizado e ela foi visitá-lo.

“Foi essa a primeira vez que ela conheceu a minha família, sendo minha namorada. Não pedi em namoro. Namoro não é um pedido, tá ligado? É o momento, é o sentimento. E sentimento você não pede, você tem, é mútuo, é lindo. Nosso namoro aconteceu, naturalmente. Um bagulho maravilhoso, poderoso”, contou, numa live.

Hoje em dia, apesar da rotina intensa, Cazé conta que faz questão de passar um tempo com os pais. Já comentou a preocupação que sente com a saúde deles, que são idosos. Após o casamento, acrescenta que comprará uma casa perto do pai e da mãe, para ficar próximo deles.

“Mano, eu preciso ficar perto dos meus pais. Principalmente o meu pai. Ele tem 70 anos e tem o mesmo cuidado com a saúde dele que o Vasco teve com a série B”, afirmou, em outro vídeo.

Com a carreira na web e na TV — ele também foi comentarista esportivo na TV, mas o contrato foi rescindido recentemente para focar na internet — e a, posterior, explosão na web, Casimiro já foi indicado a alguns prêmios. Venceu, no ano passado, os prêmios eSports e Ibest, nas categorias personalidade do ano e twitcher do ano, respectivamente. Além de receber outras indicações.

Ele também adquiriu os direitos para transmissão de jogos do Campeonato Carioca na plataforma. Com direito, é claro, aos comentários bem-humorados (e ácidos) dele. Recentemente, o influenciador chamou atenção ao transmitir uma live com o primeiro episódio do documentário do jogador Neymar, na Netflix. Até o craque participou do papo. A live bateu o recorde da plataforma no Brasil, com mais de 540 mil acessos simultâneos de internautas ávidos pelos comentários dele.

“Pô, cara, vou falar o quê? Obrigado mesmo por isso. Foi muito foda”, agradeceu ele, pelo Twitter, no mês passado.

Cazé também deu destaque para a tragédia em Petrópolis. Para ajudar as vítimas, onde a família possui uma casa, doou o valor de R$ 30 mil. Um dia depois, as doações de seus seguidores ultrapassaram a marca dos R$ 120 mil. É fenômeno até em solidariedade.

 

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