É um crime que marcou toda uma geração, diz diretora de série sobre Daniella Perez

Série documental de cinco episódios, “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniela Perez” estreia no dia 21 de julho, na HBO Max

O ano em que marca os 30 anos do assassinato da atriz e bailarina Daniella Perez, marca também o lançamento de uma série documental sobre o crime, “Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez”, dos diretores Tatiana Issa e Guto Barra. A estreia está marcada para 21 de julho, na HBO Max.

Com cinco episódios, o programa começa com a mãe da vítima, a autora de novelas Gloria Perez, identificando novas evidências do crime e rastreando outras testemunhas que ajudam a expor erros das autoridades no processo de solução do caso, e que auxiliam no rastreamento do caminho da atriz até o local de sua morte.

Guto Barra, porém, adverte que “ela (Glória Perez) não teve nenhum envolvimento oficial e de trabalho [na produção]”. A escritora somente deu acesso ao acervo de questões legais e vídeos do crime, “que são interessantes do ponto de vista jornalístico e investigativo”.

A série conta também com entrevistas de atores como Alexandre Frota e Fábio Assunção, familiares de Daniella, advogados e escrivães, além do ex-marido da atriz, Raul Gazolla. A CNN teve acesso a apenas dois capítulos.

O caso ficou conhecido por todo o Brasil, pois tanto Daniella quanto um dos assassinos, Guilherme de Pádua, à época do crime, eram atores da novela “De Corpo e Alma”, que passava na TV Globo, em 1992. Eles faziam um par romântico na ficção e interpretavam Yasmin Bianchi e Bira.

O assassinato teve colaboração da esposa de Pádua, Paula Nogueira de Almeida Thomaz. E, por decisão editorial, nenhum dos criminosos foram entrevistados para o documentário.

Em seu canal do YouTube, o ex-ator e agora pastor Guilherme de Pádua disse em um vídeo publicado há três anos com o tema suicídio, que “está tranquilo, suave na nave” em relação às pessoas que o odeiam pelo crime.

“Ao longo desses 30 anos, eles (Guilherme de Pádua e Paula Thomaz) usaram bastante a imprensa para trazer as versões que eles tinham do crime, e essas teses foram sempre mudando… E nunca eram substanciais”, diz Barra.

“No julgamento foram condenados por não conseguirem provar as teses de defesa deles”. Em janeiro de 1997, o pastor foi julgado a cumprir uma pena de 19 anos de prisão; já Paula, de 18 anos e seis meses, além de pagar as custas do processo.

“Não achamos que era o caso de dar voz para eles neste momento”, declarou o diretor.

Em entrevista à CNN, Tatiana afirmou que a ideia de trabalhar com essa história rondou sua cabeça por três décadas, pois ela teve um envolvimento pessoal com o caso. Na época, trabalhava com Gazolla e esteve presente no enterro de Daniella.

Na noite do crime, Tatiana havia trabalhado com o ex-marido de Daniella antes que ele saísse à procura da atriz.

Para justificar a produção, Tatiana diz que “a história nunca foi ouvida da maneira correta, baseada nos altos do processo e com embasamento, e que Glória deu [apenas] entrevistas pontuais”.

A mãe da vítima conversou com os diretores do documentário por longos dias.

“Foi um crime que abalou o Brasil, chocou a nação, é um daqueles grandes crimes terríveis e bárbaros que marcam toda uma geração”. O assassinato teve tamanho impacto que causou uma mudança na legislação brasileira, incluindo homicídio qualificado dentro dos crimes hediondos.

Tomás Yankelevich, líder de conteúdo de entretenimento da América Latina da Warner Bros. Discovery, que é dona da HBO, declarou que a série é “uma produção fidedigna, amparada por um rigoroso trabalho de pesquisa, que retrata a natureza perversa de um emblemático crime ocorrido no Brasil”.

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