‘Batata de Marechal’ atrai mais clientes após virar Patrimônio Cultural

Famoso petisco de barraca na Zona Norte carioca faz história há 33 anos com a venda de uma tonelada de batatas por dia

Um dos pratos mais democráticos do mundo, a batata frita conquista fãs por onde passa. Seja como petisco, acompanhamento para hambúrguer ou para o tradicional arroz, feijão e bife, ela é sempre uma boa pedida. E ainda tem um dia para chamar de seu: 30 de maio, Dia Mundial da Batata Frita. No Rio, um empreendimento no subúrbio carioca possui motivos de sobra para comemorar.

A famosa “Batata de Marechal Hermes”, conhecida pelo sabor inconfundível e por suas porções generosas, ganhou o título de Patrimônio Cultural do Estado, por meio de lei sancionada pelo governador Cláudio Castro neste mês. Desde então, um novo capítulo para essa iguaria da gastronomia de rua começou.

– A Batata de Marechal é tradicional, conhecida há anos, e nada mais justo do que legitimar esse empreendimento de sucesso. Além disso, é uma forma de valorizar a cultura e a culinária de rua do estado e atrair cada vez mais consumidores e turistas ao local – ressaltou o governador Cláudio Castro.

À frente do negócio há quase 33 anos, Ademar de Barros Moreira, de 67 anos, vislumbra um futuro ainda mais promissor. Ele também não esconde a alegria pela honraria.

– Quando eu recebi a notícia de que a Batata de Marechal havia virado Patrimônio do Estado, fiquei tão feliz que cheguei a desconfiar. Por causa desse título, cerca de 200 pessoas que nunca provaram a batata nem conheciam o bairro vieram experimentar – disse Ademar.

O empreendimento que começou de forma tímida, com números bem menos expressivos, hoje alcança a marca de aproximadamente uma tonelada de batatas vendidas por dia. Ademar afirma que a qualidade do produto oferecido é o segredo para tanto sucesso.

– Comecei vendendo cinco quilos por dia e hoje comercializo quase uma tonelada. O segredo é a qualidade, sem dúvidas! Uso mercadoria boa, óleo novo, batata bem sequinha, não é da congelada, não. Cortamos tudo na hora, de acordo com o que vamos vendendo, então o produto é sempre fresco – completou.

Cliente assíduo do local, Lucas Henrique, de 23 anos, disse que o título de Patrimônio Cultural do Estado concedido à Batata de Marechal foi merecidíssimo. O jovem, que trabalha como vendedor, garante que o custo-benefício é um dos principais atrativos.

– Venho aqui há sete anos, e o que mais me chama atenção é que, além de saborosa, a batata frita é servida de forma farta. Você não paga caro e leva sempre muita coisa para casa. Achei maravilhoso o fato de ela ter se tornado “Patrimônio do Estado”, porque, informalmente, a gente já a considerava. O título só consolidou o que os clientes pensavam – explicou Henrique.

As batatas são fritas na hora em barracas de rua e podem ser incrementadas com linguiça calabresa, bacon e frango a passarinho, de acordo com o tamanho pedido. E aí que vem a “ostentação”, pois o produto é colocado de forma generosa em quentinhas que, por sua vez, ficam dentro de sacolas plásticas cheias até a boca de batata. Os preços variam de R$ 15 a R$ 45, e a quantidade pode chegar a mais de 3 kg por porção.

Mão na massa: modo de preparo da batata

As batatas e todo o material de preparo ficam armazenados em uma cozinha com depósito perto da barraca. No local, há uma máquina que lava e descasca o alimento. Em seguida, as batatas são cortadas em um fatiador operado manualmente. Daí em diante, são colocadas em um tonel que acomoda a grande quantidade do petisco. Depois, é só fritar e se deliciar.

Para quem quer conhecer a famosa Batata de Marechal, basta ir até a Rua João Vicente, 1.543, em frente à estação de trem de Marechal Hermes. A barraca funciona todos os dias, das 16h às 2h30.

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