Rio registrou o dia mais quente do mês de março dos últimos 10 anos

O Rio registrou o dia mais quente do mês de março dos últimos 10 anos. Desde que o mês começou, todas as temperaturas máximas registradas ficaram acima dos 30 graus. Com esse cenário, a cidade tem se firmado como a capital mais quente do país no período.

Nesta quarta, a máxima foi registrada na estação da Vila Militar, com a 35,1ºC. Segundo o Climatempo, a cidade do Rio pode fechar a semana com recorde de calor para este ano. São esperadas temperaturas máximas acima de 38ºC. O recorde do ano atual aconteceu em janeiro: 39,9°C no dia 27.

No sábado, pode ser que a chegada de uma frente fria atenue a situação. Nesta quarta, o g1 mostrou o que os cariocas estão fazendo para sobreviver com sensações térmicas de até 50 graus e com 15 dias sem chuva.

Máximas de 38 com sensação térmica de até 50 graus – que é como o nosso corpo percebe o calor. Essa é a realidade do Rio de Janeiro há pelo menos 15 dias, período em que a cidade não registra chuvas e vem enfileirando “títulos” de capital mais quente do país.

A explicação para tanto calor vem de uma massa de ar quente que está bloqueando a chegada de qualquer frente fria à cidade, mas há previsão de temperaturas mais agradáveis nos próximos dias.

Com o maçarico ligado, como se diz entre os cariocas, a solução é lançar mão de alternativas para amenizar o calor de quem trabalha na rua, tem que circular nos horários mais quentes ou fazer qualquer atividade na rua com o sol.

É o caso de funcionários da Secretária Municipal de Obras e Conservação que realizavam um conserto às margens da Avenida Brasil, por volta das 13h da terça-feira (8).

Além do uniforme que protege a pele, todos envolviam a cabeça e o pescoço com tecidos, para evitar queimaduras do sol, usavam óculos escuros e reforçavam na hidratação.

“A gente trabalha na rua o tempo inteiro, não tem como fugir do sol. Até para almoçar às 12h, mas volta às 13h com o sol mais forte do que nunca”, disse um dos trabalhadores.

Já o pedreiro Roberto Mathias, de 50 anos, arranjou solução mais criativa enquanto reformava um quiosque em uma das entradas do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, e lançou mão de um ventilador. O vendedor Gerson Militão também levou o ventilador de casa para o trabalho.

“Está muito quente, e a gente vai se defendendo como pode. Vai ventilador, água, o que der”, disse, enquanto terminava um rodapé.

O camelô Gerson Militão ventilador na barraca para espantar o calor — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Chuveirão da Maré

O faz-tudo Nelson Carvalho, de 50, foi mais ousado na hora de se refrescar e tomou uma ducha no chuveirão da entrada do Parque Ruben Vaz, uma das comunidades do Complexo da Maré, e que ganhou a instalação para aliviar os moradores do calor.

“Está muito quente, tem muita gente que trabalha na rua, daí quem quiser jogar uma água na cabeça para se refrescar, pode”, disse um mototaxista que faz ponto próximo ao local.

Em Madureira, bairro que concentra importante centro comercial da cidade, as táticas para fugir do calor eram mais elaboradas para poder circular.

O vendedor de água Ismael França: feliz com o calor, mas suando ainda mais para ganhar dinheiro — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Cropped e sombra do poste

A trancista Tamires Letícia, de 23 anos, que foi ao local comprar cabelo para os seus trabalhos, esperava pelo ônibus na sombra do poste.

“A gente faz o que pode para fugir do sol: procura uma sombrinha onde dá, coloca um cropped fresquinho e coloca uns óculos escuros para dar um estilo”, brincou.

A enfermeira Kelly Castro, de 27 anos, seguia todas as dicas de Tamires a acrescentava ainda uma garrafinha com gelo trazida de casa.

“Coloco para congelar, trago e ela vem sempre com água geladinha. Resiste bem”, disse ela que com os amigos Henrique Martins e Rafaela Dias, costumam fazer paradas estratégicas nas portas das lojas com ar-condicionado para tomar uma fresca e seguir.

O único que estava comemorando o calorão era o vendedor de água Ismael França, de 30 anos. Morador de Bangu, mas trabalhando em Madureira, ela diz que chega a vender até sete fardos de água nessa época e que dobra o seu faturamento.

Mas a alegria de ver o bolso enchendo tem que vir acompanhada de disposição para carregar um isopor que pesa 20kg com bebidas e gelo sob o sol escaldante.

“Uso óculos, chapéu, protetor solar, mas ainda assim é puxado. É muito quente, ainda tem o peso e a correria para sair na hora que o sinal fecha”, diz.

A enfermeira Kelly Castro não abre mão da garrafinha de água com gelo — Foto: Marcos Serra Lima/g1

Manual do carioca para enfrentar o maçarico

Evite sair de casa nos horários mais quentes;
Se for inevitável, use protetor solar e proteção na cabeça que pode ser chapéu ou guarda-chuva;
Toalhinha para enxugar o suor;
Leve sua própria garrafa com gelo;
Única forma possível de enfrentar o calor é colocando um cropped e reagindo; complete o look com óculos escuros, chinelo ou sandália rasteirinha;
Na rua, não dê bobeira: espere o ônibus na sombra do poste (na falta de um ponto de ônibus com cobertura);
Quando pegar o ônibus, escolha bem o lado para não ficar com a cara no sol;
Se precisar fazer uma paradinha, pegue uma fresca em uma loja que tenha ar-condicionado bem geladinho.

As informações são do g1.

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