Quem era o médico ‘rosto’ de grupo de estelionatários e que morreu por cobrar dívida de R$ 500 mil

Gabriel Rossi, de 29 anos, foi encontrado morto com os pés e mãos amarrados em uma casa de aluguel por temporada em Dourados (MS)

médico gabriel rossi assassinado

Médico morreu aos 29 anos, em Dourados (MS). — Foto: Redes sociais/Reprodução

Grupo de estelionatários, golpes financeiros, tortura antes de morrer e a medicina como um sonho. Os elementos são peças do quebra-cabeça que investiga a morte do médico Gabriel Rossi, de 29 anos, que foi assassinado por cobrar uma dívida de R$ 500 mil de uma quadrilha, segundo a Polícia Civil de Dourados (MS).

O médico também fazia parte do grupo que aplicava os golpes financeiros, segundo as investigações.

Gabriel foi encontrado morto com os pés e mãos amarrados em uma casa de aluguel por temporada, em Dourados (MS), no dia 3 de agosto. Logo após encontrar o corpo, a Polícia Civil iniciou as investigação do caso.

Quatro dias após o crime, quatro suspeitos foram presos por envolvimento no assassinato, em Pará de Minas, em Minas Gerais. No outro dia, a Polícia Civil trouxe os envolvidos até Dourados.

Gabriel se formou em Medicina, no começo deste ano, pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O médico morava em um apartamento na cidade.

Assim que terminou a graduação, em março deste ano, Gabriel começou a trabalhar no Hospital da Caixa de Assistência dos Servidores de Mato Grosso do Sul (Cassems).

Quando foi achado morto, Gabriel ainda usava o uniforme que os médicos utilizam no hospital particular, conhecido como scrubs hospitalar.

Além do contrato com o Hospital Cassems, o médico também fazia plantões no Hospital da Vida e em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) na cidade.

De acordo com amigos, o sonho de Gabriel era ser médico. O rapaz chegou a fazer cursinho de pré-vestibular específico para seguir a carreira na área da saúde.

Golpes desde o início da faculdade

De acordo com a investigação da Polícia Civil, Gabriel começou a aplicar golpes financeiros e participar de esquemas de clonagem de cartões já no início da graduação de medicina, em Dourados.

O médico era um dos membros de um grupo de estelionatários em Mato Grosso do Sul, de acordo com a apuração sobre a morte de Gabriel.

‘Rosto’ da organização criminosa

“Gabriel emprestava o nome para clonagem de cartões e o rosto dele para montagem em documentos de pessoas que não existiam, que não tinham conta ou até mortos. Gabriel ia ao banco sacar o dinheiro da organização criminosa. O médico se envolveu em uma história de fraudes e golpes”, declarou o delegado ao g1.

Além dos golpes com documentos falsos, a organização também clonava cartões.

Do Rio Grande do Sul a Mato Grosso do Sul

Natural de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, Gabriel se mudou para Mato Grosso do Sul especificamente para começar a graduação em medicina.

Para amigos próximos, Gabriel foi descrito como uma pessoa “alegre, de muitos amigos e que lutou muito para se formar”.

“O Gabriel sempre falou sobre ser médico e como ele lutou muito por isso, sempre muito obstinado. Teve muitos motivos para não seguir, mas persistiu. Ele sempre foi de muitos amigos. Muito parceiro, alegre, gostava de estar entre amigos, festa, viagem, natureza, acreditava muito em energia”, disse a amiga Camila Conrad.

Gabriel e Camila se conheceram no cursinho e são amigos há mais de dez anos. “Nos conhecemos em 2011 em um cursinho pré-vestibular em Santa Cruz Do Sul, trocamos ideias e fizemos um grupo de amizades que extrapolou o cursinho e saímos juntos”.

O corpo de Gabriel Rossi foi transladado para Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, onde foi velado e enterrado. O velório e o sepultamento ocorrerão no cemitério municipal de Santa Cruz do Sul e foi restrito aos familiares e amigos do médico.

 

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