Cultura, tradição e religiosidade. A procissão marítima partindo do cais do Mercado Municipal de Peixe reuniu 12 embarcações ornamentadas. O cortejo conduziu as imagens de São Pedro, Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora das Graças, num congraçamento de crenças, fé e gratidão.
“Me sinto muito feliz de poder voltar a esta festa. Mesmo sendo um ano ainda atípico, devido às internações por covid-19, aos poucos vamos retornando à vida normal. Voltamos com esta festa e procissão que é marcante. Além dela, retomamos a Paixão de Cristo, o tapete de sal, a exposição agropecuária, as festas na Serra Macaense, entre outras. É um resgate da nossa cultura. É importante mantermos vivas as nossas raízes” ressaltou o prefeito Welbert Rezende.
A Festa dos Pescadores, com barraquinhas, comidas e bebidas típicas das festas juninas, teve início no sábado e se estendeu neste domingo (3), no Mercado de Peixe, com variada programação cultural. A tradicional procissão marítima teve início às 14h. Este ano, o barco campeão em ornamentação foi o “Twister”, que recebeu R$ 1 mil. Em segundo lugar, ficou o “Sonhador”, ganhando R$ 600, e o “Deus de Israel” com o “Brasil Oceânico” dividiram o prêmio do terceiro lugar, R$ 400.
“Estamos resgatando as nossas tradições, nesta época tão significativa em que estamos saindo de uma pandemia. Hoje pudemos trazer alegria para a comunidade, o que para nós é muito importante”, disse o Secretário Adjunto de Pesca e Aquicultura, Jair Barcelos.
“Para a procissão marítima, os nossos pescadores fazem a ornamentação de suas embarcações. Temos um público presente e um júri para escolher os participantes que receberão as premiações. A procissão traz esta alegria para o nosso pescador. Sempre participei da festa e esta é a minha primeira oportunidade como organizador. Agradecemos muito ao prefeito pela estrutura que nos deu e a dedicação das secretarias. Esperamos que cresça no próximo ano”, explica um dos organizadores da festa, Leandro Riscado.
Já Anderson Fernandes está há 28 anos atuando na ornamentação das embarcações. Ele foi aprendiz e é vizinho de Dona Neri, que por décadas esteve à frente desta função. Atualmente, é ele o responsável pelas ornamentações. “Sou voluntário e religioso umbandista. Fico muito feliz, depois de dez anos, ver renascer esta cultura macaense. Está voltando hoje para que ano que vem seja ainda muito melhor. É uma emoção muito grande”, revelou.
“É um privilégio para mim, em meu segundo mandato na Colônia de Pesca Z3, participar de um evento que não acontecia há dez anos. Só temos que agradecer à Prefeitura, à Secretaria Adjunta de Pesca e aos demais envolvidos, especialmente aos pescadores. O recurso arrecadado com o bingo será destinado ao pescador Joilson, que perdeu sua embarcação, mas que pudemos resgatá-lo do mar com vida”, destacou o presidente da Colônia, Eduardo Gonçalo.
A professora macaense, Cláudia Magalhães, que sempre participou da festa, disse que sentia muita falta dela. “É com o coração transbordando de alegria que a gente está aqui para cultuar São Pedro nesta procissão marítima que é maravilhosa e é a cultura de Macaé, uma cidade rodeada pelo mar. Sua economia é a pesca e o petróleo, tudo vem do mar. Nada mais justo que vir aqui agradecer ao mar todas as bênçãos para a nossa cidade”, afirmou.
Depois da procissão, houve puxada de rede com o grupo Gmac, às 15h; quadrilha Casa do Seu Zé, às 17h. O show de Márcia Lima e seus teclados, a partir das 18h, fechou as comemorações.
Também estiveram presentes o secretário de Ambiente, Sustentabilidade e Proteção Animal, Juninho Luna e o vereador Alan Mansur.