PF vê indícios de que ‘Faraó dos Bitcoins’ e cúmplices já operavam de Dubai esquema de pirâmide

Não são poucos os indícios de que o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, já operavas seu suposto esquema financeiro fraudulento, de acordo com a Polícia Federal, em outras cidades, além de Miami, nos Estados Unidos, e Londres, no Reino Unidos.

No relatório da PF, ao qual EXTRA teve acesso, os investigadores apontaram que “há informações de constituição de outras subsidiárias da GAS no exterior, notadamente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos”. Glaidson, conhecido como “Faraó dos Bitcoins” é o dono da GAS e foi indiciado pela polícia junto com mais 21 pessoas.

Pouco menos de três meses antes de ser preso, em 25 de agosto, Glaidson foi parado pela Polícia Federal e por agentes da Receita Federal quando vinha de Dubai.

Além da mulher, a venezuelana Mirelis Yoseline Díaz Zerpa, de 38, ambos estavam acompanhados de um outro casal.

Segundo o relatório da PF, no dia 12 de junho, durante o desembarque dos quatro passageiros no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), foram parados por agentes.

O grupo levantou suspeitas pela grande quantidade de malas que transportavam. A Receita Federal descobriu que Glaidson e Mirelis traziam joias e valores em moeda estrangeira não declarados aos órgãos monetários.

No dia 28 de junho, era a vez de outros dois indiciados no inquérito da PF desembarcarem no mesmo aeroporto vindos de Dubai. Vicente Gadelha Rocha Neto e a esposa Andrimar Moryma Rivero Vogel.

De acordo com o relatório da Polícia Federal, foi constatado que Vicente tinha contas correntes abertas nos bancos First Abu Fhabi Bank e Emirates NBD Bank, na cidade de Dubai.

Ao ser perguntado sobre o motivo da viagem pelos agentes alfandegários, no desembarque, ele justificou que foi comprar um imóvel naquela cidade dos Emirados Árabes.

Trecho do documento da PF informa que: “não obstante apresentar certo incômodo por estar sofrendo fiscalização, quando indagado sobre as atividades profissionais que desenvolvia, fez questão de demonstrar conhecimento do mercado de criptoativos, especialmente bitcoins, tentando convencer os presentes que se trata de investimento altamente rentável e seguro”.

Cheques de banco árabe apreendidos Foto: Divulgação

Ao se aprofundar nas investigações, o responsável pelas investigações, delegado Guilhermo de Paula Machado Catramby, que assina o relatório da Polícia Federal, levantou que o casal nos últimos três anos fez cinco viagens para Dubai. Elas foram realizadas nos períodos de 10 a 14 de novembro de 2019; de 17 a 31 de outubro e de 22 a 30 de dezembro de 2020; de 13 de março 8 de abril e de 11 a 28 de junho deste ano.

Um outro alvo da operação, Michael de Souza Magno, conhecido como corretor das estrelas, disse em depoimento à PF, durante a 1ª fase da Operação Kryptos, como foi denominada a ação que investiga o esquema, que Vicente é dono de uma fazenda em Araruama e tem escritório nos Emirados Árabes.

Diante de tantas evidências, os investigadores chegaram à conclusão de que, além da ligação entre os indiciados, houve a prática de crime contra o sistema financeiro nacional.

Em certo trecho do relatório consta que: “Neste sentido, se revela, de forma latente, que Vicente e Andrimar são responsáveis por escoar o proveito criminoso oriundo do esquema desenvolvido pela G.A.S. para paraísos fiscais, com o fim de se esquivar de futura aplicação da lei penal”.

Outra informação que consta no documento da PF é a facilidade dos saques de valores em Dubai: “Como exemplo, a execução do crime de evasão de divisas tornou-se mais fácil, com a dissimulação de um pequeno pen-drive carregado com uma capacidade imensurável de criptomoedas.

Ademais, a lavagem de capitais por meio do dólar-cabo tende a ser mitigada, ante a possibilidade de se sacar o conteúdo das cold wallets em caixas eletrônicos espalhados pelo mundo, notadamente em Dubai”.

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