Organizações sociais e de direitos humanos participam de protesto pedindo justiça por Moïse

Parentes e amigos de Moïse Kabamgabe fizeram protesto na Barra da Tijuca pedindo Justiça (Foto: Divulgação)

Integrantes de organizações sociais e de direitos humanos fizeram na noite de terça-feira (8) um protesto pedindo justiça por Moïse Kabagambe. Familiares afirmaram há “proteção” a envolvidos no assassinato do jovem e que nem todos os participantes foram presos.

O ato aconteceu na sede do circo Crescer e Viver, na Cidade Nova, e contou com a presença de juristas, advogados, acadêmicos, membros de organizações de direitos humanos, movimentos sociais e ativistas políticos. Um dos irmãos de Moïse, Djodjo, também compareceu.

O advogado que representa a família do congolês, Álvaro Quintão, afirmou que é preciso transparência em relação ao vídeo com as imagens da execução de Moïse.

“O vídeo tem mais de três horas e a gente só viu, até agora, algumas partes que foram divulgadas, que foram vazadas. E em algumas cenas, que a gente teve o acesso mesmo que parcial, mostram que outras pessoas participavam do ato. E é importante ver o vídeo na íntegra para saber a participação de cada um nesse ato. Pode ser que não tenham participado, que tenham tentado defender, mas é fundamental mostrar qual foi o papel de cada um nesse ato. Existem pessoas que não foram identificadas que aparecem em algumas cenas, segurando o taco”, afirmou Quintão, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Jovem congolês Moïse Kabamgabe morreu no último dia 24, no Rio de Janeiro Reprodução/Redes Sociais

As declarações de que há “proteção” a envolvidos no assassinato do jovem foram feitas durante audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado destinada a debater o caso e a situação de refugiados no Brasil.

O congolês Moïse Kabagambe foi morto no dia 24 de janeiro, no Rio. O corpo dele foi amarrado a uma escada. Até o momento, três homens foram presos.

Ele trabalhava por diárias em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Segundo a família, Moïse foi vítima de uma sequência de agressões após ter cobrado dois dias de pagamento atrasado.

“A gente está pedindo a ajuda de todos, principalmente da polícia, que possa liberar o vídeo total, todos os vídeos que a gente viu na delegacia de homicídio, que possam ver que tinham mais pessoas que participavam. Queremos todos presos, todas as pessoas que fizeram isso com nosso irmão que sejam presas por isso”, afirmou Djodjo Kabagambe.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a denúncia sobre uma eventual edição dos vídeos é “muito grave” e destacou que essas informações podem ser aprofundadas na próxima semana, quando está prevista uma diligência de deputados e senadores ao Rio de Janeiro para acompanhar o caso.

A Polícia Civil negou que possa ter acontecido qualquer edição nas imagens divulgadas. As investigações do caso estão sob sigilo e afirma que qualquer informação só será divulgada com a conclusão do inquérito.

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