Exposição, poesia e artesanato marcam comemorações do Dia da Mulher na Cidade Universitária

Exposição, poesia, artesanato e todo o talento feminino marcaram as comemorações do Dia Internacional da Mulher, promovidas pela Secretaria de Educação, no hall da Cidade Universitária, nesta terça-feira (8). Além disso, o evento contou com a roda de conversa ‘Desafios, Lutas e Conquistas da Mulher’ e a live ‘O Poder Empreendedor das Mulheres’.

“As palavras do dia são: sororidade (relação de irmandade entre mulheres), empatia e representatividade, para fortalecer o que já conquistamos”, disse a Secretária de Educação, Leandra Lopes.

Para a secretária adjunta de Ensino Superior, Flaviá Picon, o evento é um momento de resgate da essência feminina, trazendo questões de cuidado, afeto, maternidade e tudo que promova um olhar mais humano. “Principalmente neste período em que a humanidade vive e apesar de todas as questões de violência, preconceito e discriminação, esse Dia Internacional da Mulher tem como ponto de reflexão o resgate de valores humanos e sociais, que são inerentes a alma feminina”, comentou.

A artesã e empreendedora, Lídia Balzana, conta que trabalha com pedras há 11 anos e se sente realizada em poder contribuir com a beleza da mulher. “Gosto de ver as mulheres felizes com as minhas peças, pois contribuo com autoestima delas. Nós temos que ser nós mesmas e procurar sempre ficar belas”, destacou.

A programação da manhã contou a exposição fotográfica “Ria Macaé Figura Feminina” da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem); serviços de massagem, reflexologia, biodança e auriculoterapia do projeto de extensão Coletivo Minerva PICS Arte e Cultura da UFRJ e momento poético, com o professor Doutor Paulo de Tarso de Castro Peixoto, coordenador da Universidade Livre e do Laboratório de Emoções, Afetos, Sociedade & Subjetividades (Lemass) da Secretaria Adjunta de Ensino Superior .

À tarde, após apresentação do saxofonista Eduardo Bruno, houve interpretação de poema e também do conto ‘A Moça Tecelã’ de Marina Colasanti, por Giselle Souza do grupo Historiarte; performance do grupo Arteira, depoimento da empreendedora Mayra Pinto e palestra da terapeuta holística, Tamirys Neves.

Em seguida, teve início a roda de conversa ‘Desafios, Lutas e Conquistas da Mulher’ com Leandra Lopes; a ativista holística e feminista, Marilena Garcia; a coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher Pérola Bichara Benjamin (CEAM), Jane Roriz, a coordenadora dos programas sobre Africanidade, Kátia Magalhães e Mayra Pinto. A conversa foi mediada por Andréia Nobre.

Desafios, Lutas e Conquistas da Mulher

Marilena Garcia divulgou dados do Unicef, do ano de 2021, que registram um estupro a cada 10 minutos no Brasil. Destes, cerca de 100 crianças ou adolescentes são as vítimas por dia. Fora isso, acontece um feminicídio a cada 7 horas no país.

“Temos uma tendência de olhar o que está conquistado e achar que sempre foi assim. Por isso é tão importante uma linha do tempo das nossas lutas por cidadania nesta sociedade patriarcal, machista e que tem dificuldade de reconhecer os direitos das mulheres. Mas temos muito a construir nas esferas de poder sobre a participação feminina e contra a desigualdade social e sexual. Precisamos de compaixão perante outra mulher e de uma sociedade mais justa para vivermos em paz”, enfatizou.

Jane Roriz abordou as Leis de cuidado e de proteção à vida das mulheres, como a Maria da Penha (11.340/2006), que cria mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher, do Feminicídio (13.104/2015) e da Importunação Sexual (13.718/2018).

Ela ainda abordou diferentes tipos de violência, como a patrimonial e a psicológica. ‘Destaco a violência psicológica, porque através dela se naturaliza a violência. Nenhum direito vem sem gradual movimento. Este dia é uma oportunidade para refletirmos para onde desejamos ir”, frisou.

“Nós, mulheres negras, não éramos convidadas para falar no Dia das Mulheres. Nem éramos representadas nos murais das escolas. O empoderamento da mulher negra ainda é invisibilizado nesta sociedade machista e branca. Ainda temos dificuldades de falar da história de mulheres negras nas escolas. Precisamos ressignificar a educação antirracista, fruto do racismo estrutural”, ressaltou Kátia Magalhães.

A live ‘O Poder Empreendedor das Mulheres’, organizada pela FeMASS, fechou as comemorações à noite.

As informações são da Prefeitura de Macaé.

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