Entregadores paulistas de dark kitchens relatam falta de banheiro e água

De acordo com motoboys, a maioria dos restaurantes não cede banheiro nem fornece água

Locais sem banheiro, cara feia quando se pede água, falta de local apropriado para aguardar o pedido e carregar o celular. Essas são algumas das reclamações de entregadores que trabalham com delivery em restaurantes e em dark kitchens na capital paulista.

As dark kitchens são galpões que reúnem dezenas de cozinhas de restaurantes que só atendem no sistema de entrega. De porte industrial, o modelo de negócio foi iniciado com a pandemia de Covid-19, e virou o pesadelo de moradores de alguns bairros residenciais da capital paulista por causa do barulho, da gordura e do odor, como mostra o g1.

Os administradores desses espaços afirmam, no entanto, que oferecem estrutura de apoio para entregadores, composta, no mínimo, por tomadas para carregamento de telefones, bebedouro e banheiro (leia mais detalhes abaixo).

Os empreendimentos geralmente funcionam em galpões administrados por empresas que reúnem várias cozinhas, dividindo o aluguel pelo espaço. Há diversos deles instalados em bairros como Jardins, Brooklin, Vila Romana, Mooca e Santo Amaro, entre outros.

Por causa da alta demanda de delivery, esse locais passaram a concentrar uma grande quantidade de motoboys nas imediações. Os vizinhos a esses empreendimentos relatam que a presença deles causa mais sujeira e barulho nas ruas e falta de segurança, já que, segundo os moradores, os motoboys sobem com a moto nas calçadas e costumam bloquear a passagem.

A reportagem visitou quatro dark kitchens nos bairros Brooklin, Lapa, Jardins e Pinheiros e falou com dezenas de entregadores que trabalham nesses locais. O ponto positivo apontado por eles é a facilidade de concentrar vários restaurantes em um espaço. Mas as vantagens terminam por aí.

No HUB Pinheiros, o g1 flagrou os entregadores sentados e comendo no chão. De acordo com eles, o local possuía bancos, que foram retirados justamente para evitar a presença dos entregadores no local. O espaço também não fornece água nem banheiro, segundo o motoboy Elias da Silva Junior, de 22 anos.

“Tiraram o banco e colocaram esse ferro pra gente não ficar nesse espaço. Estamos aqui de teimosos. A gente fica esperando o pedido ficar pronto e carregando o telefone, não podemos sair daqui, mas queriam que a gente ficasse na rua. Os restaurantes daqui têm micro-ondas, mas não deixam a gente usar para esquentar a marmita, tem de comer frio. É a maior sacanagem com a gente. Água e banheiro a gente tem de pedir no estacionamento em frente ou no posto.”

Em nota, a SmartKitchens, empresa responsável pela operação do espaço, afirmou que em todos os Hubs há um espaço de apoio para motoboys composto por bancos, tomadas para carregamento de telefones, bebedouro e banheiro exclusivo para entregadores, higienizado duas vezes por dia.

Leonardo de Jesus trabalha como motoboy no HUB Pinheiros — Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1

No HUB Pinheiros I, de acordo com a empresa, foram retirados os bancos de apoio e transformados em área em estacionamento para os entregadores “para eliminar o problema de consumo de drogas que estava acontecendo no local, pelos entregadores,” e para aumentar a área de estacionamento das motos dentro do espaço, minimizando o impacto do fluxo de motos na vizinhança.

A SmartKitchens afirma também que o HUB Pinheiros I continua disponibilizando bebedouro, tomadas e banheiro exclusivo para entregadores, “gratuitamente e à vontade” (veja a nota completa abaixo).

As reclamações dos entregadores não é só sobre a estrutura da dark kitchen, mas também sobre as empresas que fazem a intermediação do serviço. O motoboy Bruno Fernandes chegou ao HUB revoltado depois de um cliente ter cancelado o pedido.

“Fui daqui até o mercado, 10 km, e cancelaram o pedido, maior ódio. Quem vai pagar a gasolina sou eu. O cliente cancela, e você fica com a dívida. Nem morador de rua passa por essa humilhação. De vez em quando, o Rappi fala que vai ter gorjeta de R$ 13, mas eles pagam R$ 8 para a gente e pegam R$ 5 para eles. Além disso, a taxa normal paga aos entregadores é R$ 5, aí eles fazem promoção para os clientes e tiram dinheiro da gente, pagam R$ 3,50 por entrega”, reclama.

“E quando você está no mercado, fazendo as compras do cliente, e não tem o produto que ele escolheu? Te tratam mal! Os clientes tratam mal porque o supermercado não tem o produto. Você está de brincadeira? Eu na rua desde 6h trabalhando e você acha que estou brincando com a moto?”, indaga, revoltado.

Leonardo de Jesus, de 23 anos, concorda com o colega. Ele conta que tem dois filhos e trabalha como entregador há cinco anos, mas os ganhos não estão cobrindo as contas.

“A Rappi trata a gente que nem cachorro, bloqueia a gente e não fala o porquê. Semana passada eu fiquei três horas no mercado escolhendo produto do cliente, entreguei direitinho. No outro dia, eu estava bloqueado no aplicativo. Acordei cedo e falei para o meu filho que estava indo trabalhar, cheguei aqui e estava bloqueado sem nenhuma explicação.”

“Hoje saí de casa para trabalhar às 7h e até agora [14h, aproximadamente] só fiz R$ 42. Estou bloqueado em três aplicativos e não sei o motivo. A gente pede oportunidade para os clientes mesmo, vocês não precisam de motolink lá na Globo?”, pergunta.

Motoboy mostra dívida de R$ 119 que ficou com ele após cliente cancelar pedido que foi entregue — Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1

Em nota, o Rappi informou que a retenção do valor do pedido para os entregadores, a partir do cancelamento de usuários, ocorre de forma temporária, até que seja concluída a devolução da mercadoria, sendo automaticamente retirada. Esta retenção ocorre apenas para pedidos cancelados em mercados, não incidindo sobre restaurantes.

Sobre os bloqueios, o Rappi informa que eles somente ocorrem quando o entregador independente infringe os Termos e Condições da plataforma e que é facultado ao entregador o direito de contestar o bloqueio, através do canal de suporte, o qual poderá ser reanalisado, em conformidade com a Lei 14.297/2022.

A plataforma afirma ainda que as promoções não são subsidiadas pelos entregadores independentes, mas que elas resultam de parcerias com as marcas presentes na plataforma ou de outras iniciativas do Rappi, e nunca estão relacionadas às tarifas pagas aos entregadores.

Por fim, o Rappi informa que não procede a informação de que retém parte das gorjetas, que são integralmente repassadas aos entregadores independentes (veja nota completa abaixo).

Xixi na rua

Um morador vizinho à dark kitchen do Brooklin relatou ao g1 cheiro forte de urina na rua. Na unidade, não há banheiro para os motoboys. Este é um dos motivos para o local ser avaliado como o pior, na opinião dos entregadores ouvidos pela reportagem. Outra reclamação é a de que lá nem sempre é fornecida água, de acordo com o motoboy Anderson Alvarenga do Nascimento, 37 anos.

“Eles regulam até água para nós, dão de cara fechada. Aqui falaram que não iam pôr banheiro porque não querem ter custo. Não deixam a gente nem entrar na porta. Para fazer R$ 100 tem de ficar das 11h às 23h. E são R$ 100 para encher o tanque e dá para dois dias. Eu trago a marmita de casa e como fria mesmo porque não tem onde esquentar”, afirma.

Nascimento perdeu o emprego em uma fábrica de chocolate durante a pandemia e foi para a rua para trabalhar como motoboy. É o caso da maior parte dos entregadores com quem a reportagem falou.

A empresa que faz a gestão do galpão na Vila Romana e no Brooklin é a Kitchen Central, braço brasileiro da global CloudKitchens, criada pelo cofundador e ex-presidente executivo do Uber, Travis Kalanick. Em nota, eles afirmam que, nas unidades da Kitchen Central, há um espaço de acolhimento aos motoboys, com banheiro, cadeiras, bebedouros e tomadas para carregar o celular.

De acordo com a empresa, especificamente na unidade Brooklin houve a ampliação da área para a construção de um banheiro. Por uma questão estrutural, não há bebedouro, mas a empresa informa que os motoboys podem solicitar ao atendimento (leia a nota completa abaixo).

Entregador almoça no meio fio perto da dark kitchen Brooklin: local não possui área para motoboys — Foto: g1

R$ 5 por 5 km

A principal reclamação dos entregadores, porém, é o valor pago pelas corridas. As dark kitchens não são responsáveis pelo pagamento dos entregadores, que são parceiros de serviços de aplicativo como iFood e Rappi.

Os amigos Samuel Aquiles de Moraes, de 25 anos, e Weverton Wirtz Pinheiro, de 24 anos, trabalhavam juntos em um bar que fechou no início da pandemia. Moraes era bartender e Pinheiro, auxiliar de cozinha.

“Banheiro e água só quando a gente vai a um restaurante que cede. Refeitório não tem em nenhum lugar! O negócio cresceu tanto que eles não dão conta de atender a demanda, a gente fica aqui esperando e se negar duas entregas seguidas, nos bloqueiam no aplicativo. O problema é que o que estão pagando não cobre o preço da gasolina” , diz Moraes.

Os dois entregadores mostraram prints de tela do celular que mostram o que eles chamam de 1/1: corridas de 5 km, por exemplo, que pagam R$ 5.

“Eles [iFood] prometem aumentar o valor pra gente, mas fica só na promessa. Acabou de aparecer para mim duas entregas em dois endereços diferentes a R$ 9! A gasolina está R$ 6,57. A conta não fecha”, afirma Pinheiro.

O cozinheiro Wellington Roberto, de 24 anos, trabalha à noite em um restaurante e faz entregas com a moto durante o dia para complementar a renda.

“Hoje em dia não compensa tanto por causa do aumento da gasolina. No geral está empatando, o que você ganha é para pagar a gasolina”, afirma.

Em nota, a iFood informou que, desde 2 de abril, a taxa mínima por rota passou de R$ 5,31 para R$ 6, e o incremento do valor mínimo por quilômetro rodado aumentou 50%, de R$ 1 para R$ 1,50. A medida beneficia todos os entregadores ativos na plataforma.

Depois da alta do preço da gasolina, entregadores dizem que preços pagos por entregas ficou ainda pior: R$ 17 por R$ 17 km — Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1

Dark kitchen com estrutura

Na unidade da Lapa, a estrutura da dark kitchen é bem melhor, segundo os motoboys. Joice Nascimento Lima, de 26 anos, trabalha há dois meses como entregadora.

“Aqui tem ponto de apoio com banheiro, água, lugar para carregar celular e até álcool em gel. O que falta é um local para a gente parar a moto. Refeitório não tem em lugar nenhum. Eu só como quando vou para casa ou como um salgado ou lanche na rua. Mas aqui não tenho nada para falar”, diz ela.

A reclamação dela, porém, é sobre os ganhos através da plataforma do iFood.

“É bom, mas às vezes a taxa não vale a pena, você roda muito por um valor baixo. Mas tem de aceitar todas porque senão nos bloqueiam. Eu fico mais para o lado de cá porque senão a corrida cai para uns lados que tenho medo, alguma comunidade”, afirma.

Lima trabalhava como recepcionista antes da pandemia. Atualmente, ela trabalha com lavagem de sofás e faz entregas para complementar a renda.

Mayson Kenneth, de 29 anos, também tem críticas ao iFood, mas elogia a estrutura da Kitchen Central Lapa.

“Aqui tem banheiro e água. É de boa, mas tem lugar bem pior, como no Brooklin, que não tem nada. É desumano, motoboy é tratado como bicho”, afirma.

Kenneth afirma que antes da pandemia trabalhava com entregas de caminhão.

“Perdi o emprego na pandemia. A renda está baixa, mas se trabalhar bem, ganha bem, é conforme seu trabalho. Ficou mais complicado por causa dos preços altos do combustível, mas o iFood prometeu aumentar. Vamos ver”, afirma.

Bases’ para entregadores

Com o intuito de oferecer uma estrutura para os entregadores de aplicativos, espalharam-se pela cidade locais com refeitórios, aluguel de bicicletas elétricas, banheiro e bebedouro. São os operadores logísticos, também conhecidos como “OLs”.

A reportagem visitou o Operador Logístico Rebouças em 7 de abril. No local, há um refeitório com micro-ondas para os entregadores esquentarem suas marmitas, banheiro e bebedouro de água. O local também aluga bicicletas elétricas do iFood por R$ 30 mensais.

O cozinheiro Wellington Roberto, 24 anos, trabalha à noite em um restaurante e faz entregas com a moto durante o dia para complementar a renda — Foto: Bárbara Muniz Vieira/g1

De acordo com um funcionário, que prefere não se identificar, o local ainda oferece aos entregadores convênio com postos de gasolina e lojas de autopeças, que dão desconto aos afiliados. Eles também se responsabilizam pelos entregadores em caso de acidente.

“Quando acontece um acidente, os entregadores são resgatados. Damos todo o suporte que nenhum aplicativo faz. Somos responsáveis por eles. Tem um carro aqui e fazemos o resgate e levamos a hospitais públicos, além de darmos todo o apoio para a família. A gente fez essa base para apoiar os motoboys mesmo, para eles não precisarem pedir água e banheiro nos restaurantes porque muito restaurantes não cedem”, afirma o funcionário.

Este operador logístico contrata os entregadores e presta serviço para o iFood. São 12 empresas de logística que credenciam os entregadores para o trabalho em dois turnos: quatro horas para as entregas do almoço e mais quatro para as do jantar.

O local atende o que é chamado de “subpraça da Consolação” e fornece a mão de obra dos entregadores para os restaurantes da Avenida Paulista, da Rua Augusta e da Rua da Consolação, além dos bairros de Pinheiros e Paraíso.

“Os motoboys disseram que, depois que essa bike chegou aqui, nem pensaram em voltar para a moto por causa do preço da gasolina, não compensa”, diz uma funcionária do OL que também prefere não se identificar.

O entregador Rian Luiz Lopes, de 18 anos, estava esquentando sua marmita no micro-ondas do refeitório durante a visita da reportagem do g1. Ele trabalha há sete meses na OL Rebouças.

“Quando abriu essas bases, melhorou o trabalho. Uso há uns sete meses. Antes comia na rua, em qualquer lugar. A única coisa ruim são as bikes elétricas novas, que são piores que as mais antigas. Soltam a corrente, quebram”, afirma.

O entregador Railton Chaves, de 29 anos, concorda que as bases melhoraram o trabalho. Ele atua como entregador de delivery desde 2019.

“As bases ajudam porque antigamente a gente ficava num lugar com mais de 100 pessoas, muita aglomeração e tumulto. Eu comecei de bicicleta na rua. Com essa base, melhorou muito”, afirma.

João Neto, de 23 anos, trabalha há quatro anos como motoboy. Ele afirma que não deve utilizar muito o banheiro e a água da base, mas que mesmo assim prefere trabalhar para um OL do que por conta própria, ou “na nuvem”, no jargão dos entregadores.

“Sem base não era bom. Me mandavam para lugar longe. Moro na Marechal e me mandavam sempre para Perdizes, que é só ladeira, e minha bicicleta não era elétrica. Aqui tenho de cumprir horário 4 horas de almoço e 4 de janta, mas o intervalo entre um e outro é de uma hora, quando faço a minha hora de almoço. Agora acho que vai ser melhor porque um amigo que trabalha aqui me indicou e falou que vai ser melhor, iFood é o que paga melhor. Eu não vou contar muito com a estrutura porque vou rodar perto de casa. De qualquer forma, tenho uma base se for acidentado e posso usar a bike daqui, que é elétrica. ”

Já Lucas Dias de Souza, de 25 anos, tinha acabado de se credenciar para começar a trabalhar para o local.

“Eu trabalhava em loja com público e era muito cansativo, quis mudar de ramo. Passava muita raiva com cliente. Aqui é cansativo fisicamente, mas o psicológico dá uma descansada. Antes era pior, agora está melhorando, as taxas [pagas aos motoboys] aumentaram, tem lugar para esquentar comida… Eu trabalho nessa região e é mais fácil vir ao banheiro, beber água. Aqui fica mais fácil, é muito bom.”

Mas nem todos os entregadores são só elogios para as OLs. O motoboy Vagner dos Santos Borges, de 38 anos, estava na dark kitchen da Rua Doutor Melo Alves, onde, segundo ele, não tem banheiro e não fornecem água.

“Ponto de apoio é só o nome, não tem tomada nem nada, já estive em vários. E tem de ter base porque você chega num restaurante e, se você colocar o pé para dentro, já vem alguém correndo para pedir para você sair, como se a gente fosse um cachorro ou estivesse cagado. ”

Borges trabalha com entregas desde 2020, quando foi demitido de uma multinacional que fabrica pneus por causa de cortes na pandemia. Ele se sente satisfeito com os ganhos: mais de R$ 7 mil mensais.

“Desde 2020, fui mandado embora numa multinacional de pneus. Eu estou recebendo mais do que o dobro. Aumentou, mas tem hora que oscila”, afirma.

A reportagem tentou contato com a dark kitchen e os restaurantes Sushi Garden One e Poke Garden, mas até a última atualização desta reportagem não havia recebido resposta.

O que diz a SmartKitchens

O HUB é um condomínio comercial de Módulos de Dark Kitchen, e em todos os Hubs temos um espaço de apoio para motoboys.

Esse espaço de apoio é composto por bancos, tomadas para carregamento de telefones, bebedouro e banheiro exclusivo para entregadores, higienizado duas vezes por dia.

No Hub Pinheiros I, retiramos os bancos de apoio e transformamos a área em estacionamento para os entregadores, por dois motivos: o primeiro para eliminar o problema de consumo de drogas que estava acontecendo no local, pelos entregadores, e o segundo para atender aumentar a área de estacionamento das motos dentro do HUB, minimizando o impacto de do fluxo de motos na vizinhança.

O Hub Pinheiros I, continua disponibilizando Bebedouro, Tomadas e Banheiro Exclusivo para Entregadores, gratuitamente e a vontade para os Entregadores

Ali é um espaço privado, no qual por entendermos que os motoboys são parte importante de nosso negócio, oferecemos uma certa estrutura para eles. Mas fazemos isso buscando um equilíbrio com todas as partes envolvidas em nosso ecossistema de negócios, como nossos clientes, vizinhos, poder publico e os próprios entregadores.

Temos mais 4 HUBS em SP, todos com ampla área de apoio para os entregadores, mas cada HUB tem sua peculiaridade.

O que diz o Rappi

O Rappi considera que a sustentabilidade de seu ecossistema digital somente é possível quando os três elos de sua cadeia são beneficiados, dentre os quais estão os entregadores independentes. Desta forma, a empresa mantém um diálogo constante e está permanentemente buscando soluções que possam favorecê-los.

Nos últimos dez meses (de junho/21 a março/22), o Rappi promoveu reajustes da ordem de 40% nas tarifas pagas aos entregadores independentes, índice acima do aumento dos combustíveis no período, elevando o valor médio recebido por pedido de R$ 6,30 (junho/2021) para R$ 8,80 (março/2022).

Recentemente, no dia 08 deste mês, a empresa anunciou investimentos adicionais da ordem de R$ 43 milhões para assegurar os ganhos dos entregadores independentes até o fim do ano.

Considerando que a distância média percorrida por pedido na Plataforma Rappi, que é da ordem de 3,7 km, o entregador independente ganha atualmente R$ 2,37 por km rodado, média superior à praticada no mercado. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o valor mínimo da entrega é de R$ 5,00. Este valor ainda pode ser acrescido de acordo com diversos fatores como distância, complexidade da entrega, tipo de veículo, dia da semana entre outros.

Quanto às reclamações de alguns entregadores ouvidos pela reportagem, o Rappi informa que a retenção do valor do pedido para os entregadores, a partir do cancelamento de usuários, ocorre de forma temporária, até que seja concluída a devolução da mercadoria, sendo automaticamente retirada. Esta retenção ocorre apenas para pedidos cancelados da vertical Mercado, não incidindo sobre Restaurantes.

Sobre os bloqueios, eles somente ocorrem quando o entregador independente infringe os Termos e Condições da plataforma. Sendo certo que é facultado ao entregador o direito de contestar o bloqueio, através do canal de suporte, o qual poderá ser reanalisado, em total conformidade com a Lei 14.297/2022.

As promoções não são subsidiadas pelos entregadores independentes. Elas resultam de parcerias com as marcas presentes na plataforma ou de outras iniciativas do Rappi, e nunca estão relacionadas às tarifas pagas aos entregadores.

Não procede a informação de que o Rappi retém parte das gorjetas, que são integralmente repassadas aos entregadores independentes.

Por fim, vale ressaltar que o Rappi busca constantemente evoluir as iniciativas em benefício aos entregadores independentes. Além das medidas referentes assegurar aos ganhos por pedidos entregues, em apoio a eles, no dia a dia, o Rappi conta com centros de atendimento presenciais, pontos de apoio, suporte em tempo real, capacitação online, informativos com dicas de segurança no trânsito, botão de emergência para situações de risco de saúde ou segurança, seguro para acidente pessoal, invalidez permanente e morte acidental, descontos em seguros para celular, carro e moto e assistência em saúde. Além de periodicamente também oferecer cursos de capacitação e empreendedorismo, assim como descontos com itens para a manutenção das motocicletas.

O que diz a Kitchen Central

Nas unidades da Kitchen Central há um espaço de acolhimento aos motoboys, com banheiro, cadeiras, bebedouros e tomadas para carregar o celular.

Especificamente, na unidade Brooklin, está sendo construído um banheiro para os motoboys, houve a ampliação da área para a realização dessa construção. Quanto ao bebedouro, não foi possível instalar tubulações de água na área externa da unidade, ressaltamos que é a única que, devido a essa questão, não tem bebedouro. Porém, os motoboys estão cientes que podem sempre solicitar água e o time de atendimento local da Kitchen Central os serve, como ocorre no dia a dia.

Sair da versão mobile