Nesses tempos loucos de pandemia, a empresa MX Gestão e Saúde Ltda não tem do que reclamar, pois vai ganhar a bagatela de R$ 33,572 milhões da Fundação Municipal de Saúde de Campos, por meio de um contrato emergencial e com dispensa de licitação.
Ganha um título de mestre em juridiquês quem souber interpretar o detalhamento das tarefas que a empresa vai executar, segundo o edital publicado no Diário Oficial do Município:
“Serviço especializado em coordenação, análise situacional e prestação de serviços assistenciais em saúde na rede municipal, objetivando a análise operacional, administrativa assistencial e de gerenciamento, com a finalidade de buscar a otimização de recursos financeiros dispendidos pela municipalidade”.
Para entender e concorrer, vale fazer uma prece a São Guimarães, o padroeiro das causas confusas e rentáveis.
TEMPOS ESTRANHOS
Não é qualquer dinheiro. Campos dos Goytacazes tem 45 mil pessoas vivendo em extrema pobreza e 180 mil trabalhadores dependurados no Auxílio Emergencial do Governo Federal.
Esta semana, com apoio de 15 vereadores, o prefeito Wladimir Garotinho sacrificou o vale-alimentação no valor de R$ 200 de três mil servidores e aprovou uma lei que prevê confisco de imóveis privados que estão em desuso. O objetivo é levar à leilão, com dinheiro revertido para o município. São tempos estranhos na república do chuvisco.