Senadora rebate discurso machista de Flávio Bolsonaro na abertura da CPI da Covid

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), abriu seu discurso nesta terça-feira (27), durante a CPI da Covid que vai apurar eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia, com uma fala machista.

Flávio disse que as mulheres “já foram mais respeitadas e mais indignadas” e “não fazem nem questão de estar” na Comissão Parlamentar de Inquérito. Para ele, as mulheres se “conformam em acompanhar os trabalhos à distância”.

“Em primeiro lugar, acho que as mulheres já foram mais respeitadas e mais indignadas, né? Estão fora da CPI e não fazem nem questão de estar nela. Se conformam em acompanhar os trabalhos à distância”, disse Flávio.

Dos 11 senadores titulares indicados pelos líderes dos partidos para compor a CPI da Covid — além dos seis suplentes —, não há uma mulher sequer.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que as mulheres têm “se indignado” com assuntos políticos, incluindo a condução da pandemia pelo governo federal (Foto: Agência Brasil)

“Não vamos admitir ironia machista”
A líder do bloco Senado Independente, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), disse que as mulheres têm “se indignado” com assuntos políticos, incluindo a condução da pandemia pelo governo federal — pauta da CPI.

“Quero dizer que eu, Eliziane Gama, e nenhuma das senadoras vamos admitir ironia machista em relação às mulheres. Estamos aqui, vamos participar ativamente e teremos nosso protagonismo nesta Casa”, declarou.

Segundo a senadora, ela irá acompanhar todas as reuniões da CPI mesmo não sendo membro da comissão.

Para senadora, Flávio usou ironia
Após a discussão, Flávio reclamou ter sido acusado de machismo. Ele ainda disse que quer ver “essa energia” para a inclusão de mulheres na CPI.

A senadora Eliziane, por sua vez, argumentou que ele fez essa defesa por mulheres na comissão com ironia.

Flávio tenta impedir Renan Calheiros de ser relator da CPI
Nesta terça-feira (27), Flávio também anunciou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que vai pedir a saída do seu partido do bloco do MDB. O objetivo é alterar a composição da CPI, baseada na proporcionalidade das bancadas no Senado, e evitar que o MDB assuma a relatoria da comissão.

Mais cedo, o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro considerou uma “ingratidão” da parte do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de instalar a CPI da Covid, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eu tenho um CPF, e o presidente da República tem outro. Da minha parte, entendo, sim, que houve uma ingratidão, uma falta de consideração por parte do presidente [do Senado, Rodrigo Pacheco], de pelo menos nos buscar para que nós pudéssemos dar o nosso ponto de vista sobre a conveniência e a oportunidade de se instalar uma CPI como essa”, disse Flávio Bolsonaro.

O presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região suspendeu hoje a decisão da Justiça Federal do Distrito Federal que impedia Renan Calheiros (MDB-AL) de assumir a relatoria da CPI da Covid que vai investigar as ações e omissões do governo federal na condução da pandemia do coronavírus e o repasse de recursos federais na área da saúde a estados e municípios.

Omar Aziz é eleito presidente da CPI da Covid e Randolfe como vice
Senado instalou nesta terça-feira (27) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para investigar as ações e omissões do governo federal na condução da pandemia do coronavírus e o repasse de recursos federais na área da saúde a estados e municípios.

Nesta primeira reunião, os membros da comissão elegeram os senadores Omar Aziz (PSD-AM) como presidente e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para a vice-presidência.

Omar Aziz teve oito votos contra três votos para senador Eduardo Girão (Podemos-CE), nome escolhido pela base aliado de Jair Bolsonaro. O governo contava ter quatro votos para Girão.

“Essa CPI não pode servir para se vingar de absolutamente ninguém. Essa CPI tem que fazer justiça a milhares de órfãos que a covid está deixando”, afirmou Aziz, em seu primeiro discurso.

As informações são do Yahoo.

Sair da versão mobile