“Se Bolsonaro sai sem máscara, quem estiver perto que se cuide”, diz ministro

Novo ministro da Justiça, o delegado da Polícia Federal Anderson Torres defendeu Jair Bolsonaro (sem partido) das críticas pelas aparições públicas sem a utilização da máscara de proteção contra a Covid-19 e das acusações de “genocida”.

“Se o presidente sai sem máscara e se expõe, cabe a quem está ali perto dele se cuidar. É um absurdo o chamarem de genocida. É uma covardia, num momento como este, misturar a tragédia com política”, declarou em entrevista à Revista Veja desta semana.

Anderson Torres negou que Bolsonaro dê “mal exemplo” ao cometer tal ato. O ministro se mostrou alinhado com o discurso do presidente e também se manifestou contra o enrijecimento das medidas de isolamento social.

“Sou radicalmente contra as forças de segurança prenderem uma pessoa que está em uma praça pública, andando de bicicleta, vendendo algo na esquina ou surfando no mar”, argumentou.

Anderson assumiu o ministério na última reforma promovida pelo presidente, há um mês. O ex-secretário de segurança pública do Distrito Federal é homem de confiança da família Bolsonaro e endossa boa parte do discurso do grupo.

À Veja, reforçou ser a favor da excludente de ilicitude para polícias, apoiador da redução da maioridade penal e crítico da anulação dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, defendeu o direito de “todo cidadão de bem” de portar armas de fogo.

“É natural que o ser humano arrume uma forma de se proteger. Não podemos tirar o direito do cidadão de bem de ter uma arma de fogo em casa. Quando se fala em ter uma arma, tenta-se criar uma imagem que as pessoas vão sair por aí com ela na cintura, fazendo barbaridade pelas ruas, e não é isso. Quem tiver uma arma precisa zelar por ela e ser responsabilizado se algo acontecer. Isso não é uma política”, argumentou.

Momento inoportuno para CPI, diz Anderson
O ministro também fez críticas à instalação da CPI da Covid, que investigará Bolsonaro por eventuais omissões e acusações relacionadas à gestão da crise da pandemia no país. Para ele, trata-se de um momento inoportuno para que a comissão seja realizada.

“A gente tem de ter muito cuidado com os rumos que essa CPI vai tomar. O povo brasileiro é quem vai sair perdendo se houver uma CPI apenas com objetivos políticos nessa altura do campeonato, com a população sofrendo, com pessoas morrendo pela Covid-19. É bom ressaltar que a maioria das ações de combate à pandemia foi executada com recursos federais. Pergunto: a investigação vai se limitar ao governo federal? É preciso seguir o dinheiro”, argumentou.

As informações são do Yahoo.

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