PT acusa delegada de postar contra o partido e quer federalizar investigação de morte de apoiador de Lula

Delegada diz não ver prejuízos à investigação. 'Não me defino como petista, nem como bolsonarista'.

A presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, diz ter recebido relatos de que a delegada responsável pelas investigações do assassinato de um apoiador de Lula fez postagens contra o partido em uma rede social.

O assassinato ocorreu no último fim de semana. O tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, foi baleado durante sua festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR). Os disparos foram feitos policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Gleisi Hoffmann, a delegada responsável pelo caso, Iane Cardoso, postou, em 2016, que “petista quando não está mentindo está roubando ou cuspindo”. Outra postagem atribuída a delegada, também de 2016, postou as hashtags “#foralula” e “#foraPT”.

Em entrevista ao blog de Andrea Sadi, do g1, a delegada Iane Cardoso disse não ver prejuízo às investigações.

“Não me defino como petista, nem como bolsonarista. Trato o presente caso como sempre tratei todas as investigações que presidi durante toda a minha carreira: com responsabilidade, honestidade, parcimônia e visando sempre aplicação da lei, em busca da justiça”, afirmou.

Delegada Iane Cardoso, responsável pela investigação do assassinato de um tesoureiro do PT por um apoiador de Bolsonaro, durante entrevista no domingo (10). — Foto: Reprodução/RPC

Ao blog, o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, disse que está “verificando” a denúncia.

O PT vai pedir ao Tribunal Superior Eleitoral e à Polícia Federal para que a investigação do caso passe a ser feita pelas autoridades federais. Além das postagens da delegada, a presidente do PT argumenta que a Polícia Civil do Paraná não apresentou, ainda, os resultados da investigação dos disparos contra uma caravana do Lula em 2018.

Gleisi defende, ainda, a realização de uma campanha institucional de combate à violência nas eleições.

“Vamos ter uma campanha sob Tiroteio? As pessoas se matando?”, questiona.

 

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