Por que o preço da gasolina está caindo no Brasil?

(Foto: Divulgação)

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (1º) a redução de 7,08% no preço de venda da gasolina às distribuidoras. Na prática a queda de R$ 0,25 representou o quarta vez seguida que a petroleira reajustou o valor dos derivados de petróleo para baixo.

Mas por que essa tendência acontece agora? Os combustíveis foram um dos maiores fatores na escalada inflacionária dos últimos dois anos, fazendo com que quase todos os produtos aumentassem de preço. Que fatores estão levando a essa queda agora?

Ocorre que a redução significativa não tem só uma causa, mas pode ser explicada a partir de dois fatores que acabaram se complementando: a redução dos impostos e a queda no preço do petróleo no mercado internacional.

Tendência mundial de queda

Com o início da guerra na Ucrânia, o preço do barril de petróleo nos mercados internacionais chegou a US$ 140. Hoje, esse valor está em torno dos US$ 100, uma redução de quase 30%, causada muito por conta da expectativa de baixo crescimento econômico em 2022 e 2023.

Esse valor tem profundo impacto no preço no Brasil pois, apesar de produzir o petróleo em terras nacionais, a Petrobras tem desde o governo de Michel Temer uma política de preços de paridade internacional, atrelando o valor praticado no Brasil com o custo nos mercados estrangeiros, o que leva também a uma volatilidade causada pelo dólar.

Redução nos impostos

O preço final da gasolina não leva em conta só o custo da produção, nem se baseia somente no preço do mercado internacional, mas conta também com os tributos arrecadados pelos governos federal e estaduais, que foram reduzidos neste ano pelo governo Bolsonaro.

Em junho, o governo federal zerou as alíquotas dos impostos federais, como o CIDE e o COFINS, e reduziu o ICMS cobrado pelos estados, o que levou a uma redução direta no preço do combustível na bomba.

As mudanças, segundo críticos do presidente, foram realizadas para tentar alavancar a popularidade de Bolsonaro frente às pesquisas eleitorais. Para eles, o ideal teria sido realizar essas medidas muito antes do que foram feitas, e principalmente, alterar a política de preços da Petrobras.

 

Sair da versão mobile