Por que Brasil ainda não iniciou vacinação contra a Covid-19?

Brasil atraso na vacina contra a Covid

Margaret Keenan, primeira pessoa no mundo a receber a vacina da Pfizer contra a Covid-19 fora dos testes clínicos Foto: Divulgação - 08.dez.2020 / Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido via Twitter

Enquanto alguns países já começaram a vacinar suas populações contra o novo coronavírus, o Brasil, apesar de ser um dos mais afetados pela pandemia, planeja iniciar a imunização apenas no final do mês que vem, se tudo ocorrer bem até lá.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em entrevista à TV Brasil que a vacinação contra a COVID-19 no país deverá ter início no final do próximo mês, com alguns grupos prioritários recebendo a primeira dose do imunizante.

Segundo o ministro, funcionários da pasta estão trabalhando diuturnamente para que a vacina possa ser distribuída o mais rápido possível, de maneira gratuita e voluntária. Até o momento, no entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não aprovou nenhuma vacina para ser aplicada no Brasil.

Mais de dois milhões de pessoas já foram vacinadas em dez países contra a COVID-19. O Brasil, um dos países mais populosos, com uma das maiores dimensões e também um dos mais afetados pela pandemia, ainda planeja começar a vacinação daqui a um mês, sem uma data oficial estabelecida e uma vacina aprovada até agora, enquanto outros governos da América Latina já começam a vacinar suas populações.

​”A Anvisa ainda não aprovou porque não recebeu a documentação que os laboratórios precisam entregar. Isso é uma rotina em todos os países do mundo que têm também suas agências reguladoras. A mais conhecida, aliás, o FDA, nos Estados Unidos, que é muito rigoroso. E lá, por exemplo, liberaram já a da Moderna e a da Pfizer. As outras ainda estão sendo avaliadas. O que eu entendo é que, no momento em que a documentação chegar, a Anvisa vai trabalhar com a maior rapidez”, afirma o médico Sylvio Provenzano, diretor do Serviço de Clínica Médica do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).

Em entrevista, o especialista argumenta que seria um grande risco distribuir vacinas à população brasileira sem garantias de segurança e eficácia por parte do órgão responsável por avaliar esses parâmetros no país. E, por esse motivo, ainda não foi possível iniciar a vacinação em território nacional.

​Apesar do suposto “atraso” em relação a outros países, Provenzano considera plausível o calendário mencionado pelo ministro da Saúde em termos de vacinação.

“Todas as vacinas estão sendo programadas para serem aplicadas com duas doses. Doses essas que devem ter intervalo de pelo menos um mês. É importante que seja assim já que todos os estudos realizados procederam dessa forma. É possível, sim, que os grupos prioritários sejam vacinados em quatro meses.”

A vacinação no Brasil, segundo o médico, deverá respeitar a ordem de prioridades estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), começando com os profissionais de saúde, por estarem expostos a uma carga maior do novo coronavírus.

“Os professores, pessoal da área de segurança… E os grupos de risco para os indivíduos que não estão nessas funções laborais, mas que, se forem infectados, vão ter a forma grave da doença.”

As informações são da Sputnik Brasil.

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