No Dia Nacional da Imunização, especialistas alertam sobre o risco da volta de doenças eliminadas no Brasil

Na última década, as coberturas vacinais têm sofrido sucessivas quedas no país

dia nacional da imunização

(Divulgação Gov.br)

Nesta sexta-feira (9) é lembrado o Dia Nacional da Imunização. A data serve para celebrar as conquistas dos últimos 50 anos, e de alerta para milhões de brasileiros que não se vacinam.

A vacina pôs fim a um tempo em que o brasil vivia entre surtos de doenças.

A vacina foi o remédio encontrado para dar fim a um tempo em que o Brasil vivia entre surtos de doenças. O esforço em cada canto do país virou referência para o mundo, com o Programa Nacional de Imunizações. Uma história de cinco décadas, que mora na memória dos brasileiros.

“Sempre tomei todas, desde nova, lá em Minas. A gente tomou vacina que eu tenho sinal até hoje, da varíola”, conta Hemilce das Graças Faria, 73 anos, dona de casa.

“Só as vacinas sozinhas foram responsáveis por um ganho de aproximadamente trinta anos na expectativa de vida da população”, diz a presidente da Sociedade Brasileira de Imunicações, Mônica Levi.

Mas, na última década, as coberturas vacinais têm sofrido sucessivas quedas. Só a BCG, que protege contra a tuberculose, atingiu a meta de vacinação no ano passado.

Hoje, o Brasil é considerado de alto risco para a volta da paralisia infantil e ainda pode perder outras conquistas: o controle da difteria e a eliminação da rubéola e do tétano neonatal.

No SUS, existe um calendário de vacinação para cada momento da vida:

Quando se é criança, são 17 vacinas, como a que protege contra a meningite e coqueluche;
São sete vacinas para o adolescente, entre elas, contra o HPV;
Para o adulto e o idoso, são cinco, para evitar febre amarela e hepatite, por exemplo;
Já as grávidas têm três vacinas.
É como se a vacina treinasse o nosso corpo para nos proteger de um monte de doenças. E ela faz isso estimulando o nosso sistema imunológico para que ele acione vários mecanismos de defesa para a “hora da batalha”.

Treinado pela vacina, o corpo passa a reconhecer quando entra em contato, por exemplo, com um vírus ou uma bactéria, e logo aciona esses “soldados”.

“É melhor tomar a vacina que vai doer só a picadinha, do que ficar doente”, fala Ana Lívia Rocha Romualdo, de 10 anos.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fez um apelo nas redes sociais para que todos se unam na missão de recuperar as altas coberturas vacinais. A expectativa é que os índices melhorem a partir do ano que vem.

“Nós vamos ter ações nos municípios de forma diferenciada, em locais de grande circulação, para que também a gente amplie o acesso. Então, não é só a pessoa ir até a unidade de saúde, a gente vai fazer com que a vacina chegue mais próximo das famílias, por exemplo, nas escolas e em outros locais”, afirma Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
Quem entende de imunização diz que o Brasil precisa se inspirar nas conquistas passadas para investir na comunicação do presente.

“É sociedade civil organizada, os influenciadores de rua têm que estar envolvidos, a gente tem uma estratégia de comunicação que, hoje em dia, tem que ser diferente do que foi lá atrás. (…) As vacinas salvaram e salvam milhões de vidas, e é um retrocesso que a gente não pode permitir; voltar a ver crianças com perna mecânica, pulmão de aço e com sequelas para o resto da vida, ou mortes desnecessárias por diversas doenças que são preveníveis por vacinas”, afirma Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

Com informações do Jornal Nacional.

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