Nenhum risco supera o prejuízo de manter crianças fora da escola, diz pesquisadora da Fiocruz

A pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Margareth Dalcomo declarou, nesta sexta-feira (4), em entrevista à CNN, que nenhum risco relacionado à Covid-19 supera o prejuízo de manter as crianças fora da escola, principalmente as de classes mais baixas, que não conseguem ter acesso ao ensino remoto.

“Eu sou absolutamente favorável a reabertura do ano letivo, totalmente custo-benefício. Nenhum risco supera o risco de manter crianças mais tempo fora da escolas do que elas já estiveram. Lembrando que o corte social brasileiro, essa imensa desigualdade prejudicou muito mais as crianças pobres do que as crianças de classe média que tiveram a condição de estudar com computadores”, afirma Dalcomo.

“As escolas devem reabrir, obedecer protocolos, de segurança, mantendo as crianças e funcionários com máscaras, sem uso de bebedouros e uma série de questões que nós temos orientados as escolas para fazer. As crianças devem receber sua segunda dose no prazo determinado de quatro semanas, que seria o ideal, ou de oito semanas, da Coronavac ou a da Pfizer, que são altamente recomendáveis”, continua.

recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) e não vai determinar o retorno imediato das aulas presenciais em todas as faixas etárias na capital mineira.

De acordo com o município, as aulas presenciais para crianças de 5 a 11 anos só terão início no dia 14 de fevereiro. O anúncio da suspensão das atividades presenciais para este grupo foi feito pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) no dia 26 de janeiro.

“Dentre os motivos determinantes para a suspensão está a alta transmissibilidade da variante Ômicron entre as crianças, o grande número de internações em enfermarias e UTIs pediátricas”, informou a nota da prefeitura recusando a recomendação do MP.

Segundo levantamento da Agência CNN, pelo menos 20 estados e o Distrito Federal irão voltar às aulas presencialmente e de forma obrigatória:

Rio de Janeiro
Espírito Santo
São Paulo
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Paraná
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Alagoas
Bahia
Piauí
Maranhão
Ceará
Pernambuco
Sergipe
Rio Grande do Norte
Tocantins
Acre
Rondônia

Segundo as secretárias de Educação, haverá exceções apenas para alunos com comorbidades para a Covid-19, com exceção do Mato Grosso.

Nas capitais, ao menos 17 municípios definiram que irão retornar ao ensino presencial. Em alguns casos, há exceções para alunos com comorbidades, que poderão adotar o esquema híbrido:

Cuiabá (MT)
Natal (RN)
Rio de Janeiro (RJ)
São Paulo (SP)
Campo Grande (MS)
Florianópolis (SC)
Palmas (TO)
Porto Alegre (RS)
Curitiba (PR) (ainda analisa se também haverá a forma remota)
Salvador (BA)
Recife (PE)
Porto Velho (RO)
Vitória (ES)
Macapá (AP)
Goiânia (GO)
Distrito Federal
São Luís (MA)
Aracaju (SE)

Somente duas capitais mantiveram, até o momento, o retorno via aulas online – Belém (PA) e Manaus (AM) –, enquanto Teresina (PI) determinou que as aulas aconteçam sob o esquema híbrido.

Fortaleza (CE), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR) não haviam decidido, enquanto Maceió (AL) e João Pessoa (PB) não responderam.

(*Com informações de Carolina Figueiredo, Giulia Alecrim, Elizabeth Matravolgyi, Julyanne Jucá, Beatriz Araújo e Giovanna Galvani, da CNN)

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