Moro não decola e Lula pode vencer no 1º turno

A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira 8 trouxe boas e más notícias para Jair Bolsonaro.

O levantamento mostrou que a distância do presidente para Sergio Moro, em uma eventual disputa, segue segura. Alvo de ataques do ex-chefe, o ex-juiz está na pista há quase um mês e ainda não deu motivos para alguém perder o sono com seu desempenho. As informações são do Yahoo.

Além disso, Bolsonaro viu recuar a reprovação ao seu governo, provavelmente por conta do avanço da vacinação, a expectativa em torno do Auxílio Brasil e da postura menos incendiária desde que ameaçou botar fogo na República nos atos de 7 de Setembro.

Em contrapartida, a melhora na avaliação do governo (que, na verdade, deixou de piorar), ainda não é suficiente para arrefecer a resistência de parte dos eleitores a dar a ele um segundo mandato. Mas pode ser um caminho para isso.

A reprovação ao governo é hoje de 50%, uma melhora em relação a novembro, quando o índice atingiu 56%.

Ainda assim, 64% dos eleitores ainda dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito nenhum.

Aqui Bolsonaro tem em Moro uma competição de fato. A candidatura do ex-juiz, nome rejeitado tanto por petistas, que condenou, quanto por bolsonaristas, que abandonou, é refutada por 61%. João Doria, que acaba de vencer as prévias do PSDB, vem logo atrás entre os líderes de rejeição, com 55%.

Lula, que viu as sentenças de Moro contra ele serem anuladas pela Justiça – o MPF pediu o encerramento do caso tríplex por prescrição – é hoje rejeitado por 43%.

Neste momento, portanto, o antibolsonarismo supera o antipetismo e pode colocar, de saída, um teto baixo para o presidente buscar um novo mandato.

Moro, que buscar o eleitor refratário aos dois favoritos, desgarrou de outros “candidatos a candidatos” da terceira via, como Ciro Gomes (PDT) – 7% dos votos em um cenário com o ex-juiz – mas ainda não decolou, apesar da ampla exposição dada a ele pelos principais veículos de comunicação desde então.

Os altos índices de rejeição apontados pela pesquisa, com os principais postulantes ostentando números sempre superiores a 40%, mostram que esta variável será determinante para a eleição do próximo presidente. Não vence quem tem mais popularidade, mas quem tem a rejeição menos estratosférica.

Lula (quem diria?) começa em vantagem neste quesito. À frente em todos os cenários, e também nas simulações de segundo turno, o ex-presidente inverte uma tendência desenhada até aqui. Em vez de servir como plebiscito sobre Bolsonaro e seu governo, as eleições podem mirar nos anos petistas conforme o candidato favorito se torne o alvo preferencial de quem não quer ver a corrida encerrada já no primeiro turno.

Em tempo. Marcelo Queiroga é mais um ministro do governo que entra pela porta da frente com fama de moderado e sairá com a pecha de radical. É o que ele mostrou ao repetir as palavras do chefe, Jair Bolsonaro, segundo quem é melhor perder a vida do que a liberdade. As mais de 600 mil vítimas da Covid-19 certamente discordariam, se pudessem opinar.

A concordância só serviu para mostrar que, neste governo, é mais fácil os supostos moderados se bolsonarizarem do que Bolsonaro se moderar.

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