Lula exagera ao falar da proporção de negros nas universidades

Segundo o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a instituição da Lei das Cotas, do Programa Universidade para Todos (ProUni) e do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), as universidades brasileiras passaram a ter 51% de pessoas “negras e pardas”. A declaração foi dada em Taboão da Serra (SP), no dia 10 de setembro.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera como “negras” as pessoas autodeclaradas “pretas” e “pardas”. Quando fala sobre pessoas “negras”, o petista se refere, na verdade, ao número de pessoas “pretas” de acordo com os critérios do IBGE.

O que Lula disse

“Depois das cotas, do Prouni, do Fies, tem 51% de pessoas negras e pardas nas universidades brasileiras.”

Proporção de negros e pardos nas universidades

O Censo da Educação Superior, realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é o instrumento mais completo do Brasil sobre as instituições, estudantes e docentes de educação superior.

Segundo o levantamento mais recente, de 2020, a proporção de estudantes autodeclarados pretos e pardos no Brasil é de cerca de 38%. Desconsiderando os matriculados que não declararam a cor/raça e os que não possuem a informação, o número chega a quase 46% – mas não alcança os 51% declarados por Lula.

A porcentagem, porém, é aproximadamente a mesma se consideradas apenas as universidades públicas. Segundo a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicada em 2019, estudantes pretos e pardos passaram a ser maioria nas instituições de ensino superior da rede pública do país em 2018, chegando a 50,3% do total.

Segundo o Inep, os estudantes negros matriculados em universidades federais chegam a 52% quando considerados apenas os que declararam a informação.

Mesmo não sendo a maioria no total de instituições de ensino superior, houve um aumento considerável na declaração da cor preta/parda, que parte de 35% em 2011 e alcança o percentual de 46% em 2020. A declaração da cor branca, por sua vez, apresenta decréscimo, saindo de 62%, em 2011, para 52%, em 2020.

As informações são da CNN.

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